Revista Poder

Cultura INC: “Ninguém Sai Vivo Daqui”, a impactante história do Hospital Colônia

Inspirado em livro de Daniela Arbex, Holocausto Brasileiro, longa resgata história de pacientes do Hospital Psiquiátrico Colônia, estreia dia 11 de Julho nos cinemas brasileiros

Fernanda Marques

O filme Ninguém Sai Vivo Daqui, dirigido por André Ristum, chega aos cinemas brasileiros em 11 de julho, trazendo à tona a história sombria dos pacientes do Hospital Psiquiátrico Colônia, em Barbacena (MG). Inspirado no livro Holocausto Brasileiro, da jornalista Daniela Arbex, o longa acompanha a trajetória de Elisa, uma jovem internada à força pelo pai após engravidar do namorado no início dos anos 70. A produção, uma colaboração entre Sombumbo, TC Filmes, Gullane, Geração Entretenimento, Canal Brasil e Karta Film, é distribuída pela Gullane+.
Viviane Monteiro, Arlindo Lopes e Fernanda Marques 

Protagonizado por Fernanda Marques no papel de Elisa, o elenco conta ainda com Andréia Horta, Augusto Madeira, Rejane Faria, Naruna Costa, entre outros. O filme, que estreou na abertura do Festival de Brasília de 2023, também passou pelo Festival de Talin, na Estônia, e foi premiado no Social World Film Festival na Itália, ganhando os prêmios de Melhor Filme e Melhor Roteiro.

Andreia Horta, Viviane Monteiro, Lulu Pavarin e Marcio Americo

Ninguém Sai Vivo Daqui difere da série Colônia, também baseada na história do hospital, ao concentrar a narrativa em momentos mais impactantes e oferecer uma experiência mais intensa ao espectador. Ristum, que assina o roteiro junto com Marco Dutra e Rita Gloria Curvo, destaca que a pesquisa para o filme incluiu visitas ao Colônia, entrevistas com psiquiatras, e acesso a documentários e fotos históricas, criando uma conexão profunda com as figuras reais por trás dos personagens ficcionais.

Augusto Madeira, Bukassa Kabengele e Marco Bravo

A escolha pelo preto e branco, de acordo com Ristum e o diretor de fotografia Hélcio Alemão Nagamine, reflete a ausência de cor na vida dos personagens e ajuda a intensificar o realismo da narrativa. O trabalho colaborativo com o elenco, que vestia e maquiava a si mesmo a partir de um conceito, e as longas cenas em plano-sequência contribuíram para a construção autêntica dos personagens.

Teka Romualdo Bukassa Kabengele e Arlindo Lopes

Ristum destaca que o tema dos hospitais psiquiátricos ainda é relevante no Brasil, mesmo após a reforma psiquiátrica de 2001. Ele acredita que o filme traz à tona uma discussão necessária e atual sobre os abusos e injustiças cometidos nesses locais. Ninguém Sai Vivo Daqui promete não apenas resgatar uma história dolorosa, mas também provocar uma reflexão profunda sobre os direitos humanos e a dignidade dos pacientes psiquiátricos.

Estação de Trem Colonia

O diretor André Ristum tem uma longa carreira no cinema, tendo trabalhado como assistente de direção em filmes como Beleza Roubada de Bernardo Bertolucci e dirigido projetos premiados como De Glauber para Jirges e 14 Bis. Seu primeiro longa-metragem, Meu País, recebeu diversos prêmios, e seus trabalhos subsequentes, como O Outro Lado do Paraíso e A Voz do Silêncio, consolidaram sua reputação como um dos grandes cineastas brasileiros.

Marco Bravo

Ninguém Sai Vivo Daqui é mais uma prova do talento de Ristum em contar histórias que provocam e emocionam, trazendo à luz questões históricas e sociais de grande relevância.

Veja o trailler

 

Sinopse

No começo dos anos 70, a jovem Elisa é internada à força pelo pai no Hospital psiquiátrico Colonia, por ter engravidado do namorado. Após passar por muitos abusos, Elisa, junto com outros colegas injustiçados, lutarão para encontrar uma maneira de fugir dessa sucursal do inferno.

 

Fotos:  Marina de Almeida Prado

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