Nesta quarta-feira (12), um projeto de lei foi protocolado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) que exige a regulamentação do “peeling de fenol” no estado. O texto partiu do deputado Rogério Nogueira (PSDB), que prevê que o procedimento seja feito apenas por médicos. De acordo com o documento, o profissional deve ter “especialização em dermatologia ou cirurgia plástica”.
A atitude surgiu após o falecimento do empresário Henrique Chagas, de 27 anos, que morreu devido a complicações logo após receber o tratamento realizado pela influenciadora Natalia Becker. Além disso, ainda não há prazo para que o texto seja analisado na Alesp.
O jovem Henrique, queixou-se de intensas dores e faleceu pouco tempo após o procedimento, ocorrido em 3 de junho, em um bairro nobre de São Paulo. De acordo com a Polícia Civil, ele pagou R$4,5 mil pelo tratamento estético.
O empresário sofreu graves lesões no rosto e na gengiva, suspeitando de uma possível ocorrência alérgica ao tratamento que resultou em um choque anafilático fatal. Entretanto, o laudo oficial com a causa da morte ainda está pendente aguardando os resultados da investigação segundo Metro.
Após saber da morte do cliente, Natália também adoeceu e foi levada a um hospital. Porém, ela foi apresentada à polícia em 5 de junho para dar explicação, momento em que a polícia a indiciou por homicídio doloroso eventual. Além disso, durante seu depoimento, ela relatou que completou um curso online com uma farmacêutica do Paraná em agosto do ano passado, onde aprendeu a aplicar o fenol.
Após a morte do empresário, sua clínica foi encerrada e multada pela Vigilância Sanitária. Além disso, a polícia descobriu que, embora se apresentasse como esteticista, ela não possuía registro na Associação Nacional dos Esteticistas e Cosmetólogos (ANESCO).
Investigação do caso peeling de fenol
A Polícia Civil de São Paulo investiga Daniele Stuart, farmacêutica de Curitiba, por vender um curso online de “peeling de fenol” para Natalia Becker. Em suma, a influencer aprendeu a técnica no curso, custando R$ 500, mas Daniele, que se apresenta como formada em biomedicina, não é médica e é suspeita de exercício ilegal da medicina.
O advogado Jeffrey Chiquini, representante de Daniele, negou ao G1 qualquer irregularidade relacionada ao curso online vendido por ela.
“Tentar envolver a doutora Daniele nesse caso e relacioná-la à morte da vítima é de todo injusto e irresponsável e precipitado. Doutora Daniele é uma profissional respeitada, especialista na área, gabaritada. Que forneceu um curso de acesso livre conceitual, que já foi acessado por mais de 3 mil alunos, sem haver qualquer reclamação”, afirmou Chiquini.
“Acontece que a doutora Daniele não tem controle de quem acessa esse curso online. Mas afirmamos que em momento algum a doutora Daniele teve contato com essa pessoa que é acusada de autoria de homicídio. A doutora Daniele em momento algum ensinou essa senhora a realizar procedimentos invasivos. Não a instruiu a agir como fez. Inclusive os procedimentos que aquela senhora adotou não condizem com aquilo que a doutora Daniele ensina”, ressaltou. “A doutora Daniele é habilitada para atuar nessa área, habilitada para ensinar. Mas aquilo que a doutora Daniele ensina não foi aplicado como deveria”, concluiu Chiquini.