No último domingo, 2 de junho, Claudia Sheinbaum Pardo (61) foi eleita presidente do México, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo. Isso representa um marco na história do México e uma mudança cultural significativa no país.
Sheinbaum, tem doutorado em padrões de consumo de energia e sustentabilidade, é especialista em alterações climáticas e membro do IPCC da ONU. Iniciou sua carreira política na década de 2000 como Secretária do Meio Ambiente na Cidade do México e, posteriormente, presidente da câmara do distrito de Tlalpan. Em 2018, tornou-se a primeira mulher eleita prefeita da Cidade do México. Sua administração focou na melhoria do transporte público, gestão de resíduos, expansão da coleta de águas pluviais e um programa de reflorestamento urbano.
Claudia é cientista e política do partido Morena, de esquerda, e foi indicada pelo atual presidente, Andrés Manuel López Obrador (AMLO). Apesar de se intitular de esquerda, seria considerada centro-esquerda se comparada ao modelo político do Brasil, pois defende a militarização da segurança pública, implementada por AMLO, e planeja dar continuidade ao projeto político “Quarta Transformação”, que visa diminuir as desigualdades socioeconômicas e combater as injustiças sociais.
A nova presidente rejeitou as alegações da oposição de que seria uma “fantoche” de AMLO, mas prometeu manter muitas de suas políticas, incluindo aquelas que ajudaram a população mais pobre do país. Também condenou qualquer forma de violência ao falar sobre o conflito entre Israel e Palestina, afirmando que essa violência atinge civis inocentes.
Lembrando que ela tem ascendência judaica: seus avós maternos são oriundos da Bulgária e seus avós paternos são da Lituânia, fugidos do regime nazista. Nasceu na Cidade do México em uma família de classe média. É filha de Annie Pardo Cemo, bióloga e professora emérita da Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM), e de Carlos Sheinbaum, engenheiro químico. Sheinbaum cresceu, assim, em um ambiente que valorizava a educação e a ciência.