Revista Poder

Poder Saúde: Medicina do Estilo de Vida ajuda a diminuir dor e intensificar resultados de tratamentos estéticos e cirúrgicos

Cirurgiã Plástica Dra. Beatriz Lassance orienta pacientes a aplicar conceitos da Medicina do Estilo de Vida e explica que isso não só melhora a recuperação como potencializa os resultados estéticos

Pode parecer estranho entrar no consultório de um cirurgião plástico e ouvir recomendações sobre dieta, atividade física, sono e controle do estresse, mas é exatamente isso que está acontecendo em algumas clínicas de São Paulo. A cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) e da American Society of Plastic Surgery, fez, em Harvard, o curso de Medicina do Estilo de Vida e aplica os conceitos aprendidos para orientar os pacientes. Em meio à cartilha de preparo pré-operatório e orientações pós-cirurgia, há explicações detalhadas sobre a produção de radicais livres, acentuada após o “trauma” (que é como o corpo entende a cirurgia), e como melhorar a recuperação e intensificar os resultados estéticos.

“Toda cirurgia desencadeia um processo inflamatório necessário para a cicatrização e reparo dos tecidos, o que gera um aumento de radicais livres e diminuição das defesas antirradicais livres. O preparo pré-operatório consiste em orientar e criar estratégias de mudanças no estilo de vida do paciente para diminuir a produção de radicais livres e aumentar as defesas”, explica a médica, que também faz parte do American College of Lifestyle Medicine e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida. “Com isso, o processo da cirurgia se torna mais tranquilo como um todo. Temos relatos de menor dor, menos edema, perda menor de massa muscular e retorno às atividades de forma mais rápida. Por exemplo, a obstipação intestinal é frequente no período pós-operatório; com a melhora da dieta e eventual suplementação com fibras e probióticos, as queixas têm sido bem menos frequentes. Também observamos melhor engajamento do paciente às mudanças de estilo de vida com a meta de se preparar para a cirurgia. Com frequência, pacientes que seguiram nosso preparo mantêm tais cuidados mesmo após a cirurgia, até melhorando nossos resultados”, explica a médica.

A médica explica que quanto maior a cirurgia, maior será o esforço do organismo para reparar e cicatrizar os tecidos. “Na avaliação pré-operatória, o paciente realiza exames que nos dão um panorama de sua condição nutricional, metabólica e inflamatória. Nosso protocolo é elaborado com base em muitos estudos sobre estresse oxidativo e medicina do estilo de vida”, explica a médica. O estresse oxidativo é uma condição relacionada ao aumento da produção de radicais livres. “Cientificamente falando, radicais livres são moléculas desequilibradas, com falta ou sobra de elétrons. No universo, isso não pode existir, e elas buscam outras moléculas de onde podem roubar ou entregar esses elétrons. Algumas reações normais, como a ação de células de defesa, produção de hormônios e contração de músculos, são desencadeadas por esses radicais livres. De certa forma, precisamos deles, são bons mensageiros e ajudam nosso corpo. Mas têm de estar muito bem controlados para não se ligarem a moléculas como proteínas, gorduras e até DNA e atrapalharem o funcionamento dessas. Nosso organismo é muito sábio e temos um mecanismo extremamente eficaz de neutralizar esses radicais livres antes que façam algum estrago e executem apenas a função benéfica ao nosso organismo. Mas, no caso do trauma da cirurgia, é esperado que haja um aumento na produção dessas moléculas”, diz a médica. “Quanto maior for nossa capacidade antioxidante, mais preparados estaremos para enfrentar situações de estresse e descargas abruptas de radicais livres. É exatamente isso que buscamos com as intervenções no estilo de vida”, diz a médica. Após a explicação sobre a teoria de estresse oxidativo e o porquê dessas medidas, o paciente é orientado a passar em consulta com a nutricionista para orientação dietética, e com as fisioterapeutas, que orientam a movimentação no pós-operatório. “Toda a equipe está treinada para responder questões no período pré-operatório. Criamos um grupo de WhatsApp multidisciplinar para cada paciente, diminuindo o estresse por sentir-se mais acolhido”, explica a Dra. Beatriz Lassance.

Dra Beatriz Lassance

A especialista conta que os pilares da Medicina do Estilo de Vida contribuem para este equilíbrio e incluem orientações importantes:

Na dieta: a alimentação preparatória consiste em retirar alimentos considerados inflamatórios, como açúcares, farinha branca e produtos industrializados, e aumentar alimentos anti-inflamatórios, como frutas, verduras, fibras e cúrcuma. “Além disso, o colágeno é uma proteína ligada à elasticidade e firmeza da pele. A alimentação pobre em proteínas dificulta a produção de colágeno. Para um bom resultado, devemos melhorar o aporte desse macronutriente. As orientações também valem para o pós-operatório”, diz a médica. Com relação à dieta, as orientações também incluem uma preocupação com um órgão que vem ganhando cada vez mais importância nos estudos internacionais: o intestino. “Esse órgão é muito mais do que apenas digestão, absorção de nutrientes e excreção daquilo que não precisamos. O intestino tem ganhado cada vez mais importância e tem sido chamado de segundo cérebro, órgão mais importante do corpo, etc. A flora intestinal é formada por microrganismos, entre eles as bactérias que ajudam na digestão e absorção dos nutrientes. Uma flora doente, com bactérias prejudiciais, fermenta os alimentos, impedindo a absorção de forma adequada, produz gases tóxicos, danifica as células do intestino, fazendo com que haja absorção de moléculas muito grandes ou indesejadas, e causa muitos outros problemas. Todo esse funcionamento ruim aumenta muito os radicais livres. Células de defesa, leucócitos, têm de lidar com moléculas que agem como inimigos, antígenos que devem ser combatidos, numa luta frenética que descarrega muitas substâncias inflamatórias no sangue e piora a recuperação. O intestino saudável fabrica neurotransmissores como endorfina, que agem no cérebro equilibrando as emoções. Para melhorar a flora intestinal, alguns alimentos indicados são os probióticos, que contêm bactérias benéficas, como lactobacilos, iogurtes, kombucha, kefir e queijo fresco. Não adianta colocar as bactérias no intestino e não alimentá-las adequadamente. Elas gostam de fibras, verduras, frutas e tudo aquilo que você já ouviu falar que é saudável. Por outro lado, elas morrem com muito açúcar, conservantes, frituras e tudo aquilo que você já ouviu falar que não é saudável. Simples assim”, conta a especialista;

Atividade física: exercitar o corpo é fundamental! “A atividade física é o maior antioxidante que podemos oferecer ao nosso corpo. Qualquer atividade estimula a linha de produção de mitocôndrias, que aumenta o metabolismo e diminui o desequilíbrio de estresse oxidativo”, diz a especialista;

Sono: dormir é antioxidante. “Durante o sono, estamos em jejum, não há maior fluxo de glicose em nossas mitocôndrias, que passam a usar outros combustíveis, consumindo o que estava em excesso, perdido pelo organismo. É como se fosse uma faxina. A falta de sono ou qualidade ruim de sono aumenta a produção de radicais livres. Trabalhos científicos demonstram que pessoas que têm apneia do sono ou insônia possuem marcadores de estresse oxidativo aumentados. Durante o sono, também produzimos hormônios como o GH, que restauram tecidos que foram consumidos durante as atividades diárias“;

Controle de estresse: o mal do século precisa ser controlado. O aumento de níveis de cortisol (hormônio do estresse) de maneira crônica está envolvido com aumento de marcadores de estresse oxidativo. “A vida diária, o trabalho, cuidados com a família, muitas vezes, não podem ser alterados. O controle pode ser feito com medidas para interromper esses ciclos, como meditação, exercícios físicos, atividades prazerosas, sair da rotina”, destaca a Dra. Beatriz;

Substâncias tóxicas: o uso de substâncias como cigarro e álcool deve ser interrompido. “Estão diretamente relacionados com inflamação, com aumento da produção de radicais livres e diminuição das defesas antirradicais livres“, explica.

Por fim, segundo a médica, evidências mostram melhoras no perioperatório (tudo que envolve as fases pré, operatória e pós) quando as intervenções são feitas com quatro semanas de preparo. , finaliza a médica.

FONTE:

DRA. BEATRIZ LASSANCE: Cirurgiã Plástica formada na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e com residência em cirurgia plástica na Faculdade de Medicina do ABC. Trabalhou no Onze Lieve Vrouwe Gasthuis – Amsterdam -NL e é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) e da American Society of Plastic Surgery. Além disso, é membro do American College of Lifestyle Medicine e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida. Instagram: @drabeatrizlassance

Esse texto foi produzido pela Holding Comunicações, assessoria de imprensa especializada em saúde, beleza e bem-estar, com 30 anos de experiência no setor.

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