A Polícia Militar travou um confronto na tarde desta terça-feira (21) com estudantes que estavam manifestando contra a criação de escolas cívico-militares, o ocorrido foi na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). De acordo com a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), sete estudantes foram detidos pela PM.
A confusão ocorreu durante a sessão de votação do projeto de lei sobre escolas cívico-militares no estado de São Paulo. De acordo com a Alesp, “os manifestantes tentaram invadir o plenário”, e foram “detidos” pela Polícia Militar e, posteriormente, encaminhados, à Polícia Civil. Segundo a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), que repudiou a atitude da PM, um estudante teve o braço quebrado durante o incidente.
O projeto, que deveria ser votado nesta terça-feira (21), permite que escolas públicas estaduais e municipais de ensino fundamental, médio e educação profissional solicitem a conversão para o modelo cívico-militar, se assim desejarem. Conforme a proposta, as escolas que optarem pelo novo modelo terão servidores das secretarias de Educação, municipais ou estaduais, responsáveis pelas atividades pedagógicas, enquanto agentes da Secretaria de Segurança Pública cuidarão da administração e disciplina da unidade.
Sendo um Projeto de Lei Complementar, a proposta precisa apenas da maioria absoluta dos votos (48 dos 94 deputados estaduais) para ser aprovada em votação única. A proposição foi apresentada em março pela gestão de Tarcísio, que anunciou o plano em julho do ano passado, logo após o presidente Lula ter encerrado o programa federal de escolas cívico-militares, iniciado por Jair Bolsonaro.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) afirmou em seu instagram que “em uma ação antidemocrática, a PM do Governador Tarcísio agrediu e violentou estudantes que protestavam na ALESP contra o projeto das escolas cívico-militares”. A CNN procurou a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e está aguardando uma resposta.
Além disso, diversos vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento exato em que os estudantes foram abordados pela PM, gerando debates acalorados entre apoiadores e críticos do projeto de lei.
Especialistas em educação e segurança pública estão divididos sobre a eficácia e a necessidade da implementação desse modelo cívico-militar nas escolas brasileiras. Alguns defendem que ele pode trazer mais disciplina e segurança às escolas, enquanto outros argumentam que pode militarizar o ambiente escolar e comprometer a liberdade pedagógica e humana.