O déficit primário do Governo Central em março de 2024 foi de R$ 1,5 bilhão, conforme revelado pelo Tesouro Nacional, representando uma melhoria significativa em comparação com o mesmo período do ano anterior, com uma queda de 79,3% ajustada à inflação. Esse resultado foi impulsionado por um aumento real de 8,3% na receita líquida e um aumento real de 4,3% nas despesas totais. Embora tenha sido melhor do que as expectativas dos analistas, que projetavam um déficit de R$ 5,1 bilhões, este resultado contribuiu para um superávit primário nos três primeiros meses do ano, embora 39,8% menor do que no ano anterior. Ainda assim, as contas do governo permanecem equilibradas devido ao resultado positivo recorde de janeiro.
A meta fiscal estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é de um déficit primário zero, com uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) para cima ou para baixo. No entanto, o último Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas projetou um déficit de R$ 9,3 bilhões para o Governo Central, mas medidas foram tomadas para mitigar esse déficit, como o bloqueio de R$ 2,9 bilhões do Orçamento e a previsão de arrecadar R$ 168 bilhões em receitas extras em 2024.
As receitas líquidas aumentaram 12,6% em valores nominais em março, destacando-se o crescimento das receitas administradas, especialmente devido ao aumento dos tributos sobre os combustíveis e à recuperação econômica. Por outro lado, as despesas totais subiram 8,4%, impulsionadas principalmente pelos gastos com saúde, Previdência Social e Benefício de Prestação Continuada (BPC). No entanto, houve uma redução nos pagamentos de Abono e Seguro Desemprego devido a alterações no cronograma de pagamento.