Com curadoria de Antonio Gonçalves Filho, a mostra apresenta 35 telas simultaneamente em ambos os espaços expositivos, celebrando os 20 anos da Galeria Estação.
Aberta ao público de 7 de maio a 8 de junho, a exposição destaca a temática da paisagem e do exílio, explorada pelos três pintores. Nas 17 telas expostas na Galeria Estação e nas 18 na Millan, os visitantes terão a oportunidade de apreciar as obras que capturam o mundo e o interpretam através da cor, conforme destacado por Socorro de Andrade Lima, sócia-diretora da Millan.
O curador Gonçalves Filho ressalta que o título da exposição faz referência a um território bíblico chamado Nod, onde o sentimento de exílio é simbolizado. Esse sentimento é evidente nas paisagens transfiguradas apresentadas na mostra, que variam de idílicas a alegóricas, refletindo as experiências individuais dos artistas.
A exposição é uma oportunidade de explorar as conexões entre os artistas, como exemplificado pelo projeto nasceu em torno de Paulo Pasta, Pedro Figari e Júlio Martins da Silva. Cada um desses pintores possui uma relação única com a paisagem e o exílio, refletida em suas obras e na forma como interpretam o mundo ao seu redor.
A realização da exposição é celebrada por Vilma Eid, sócia-fundadora da Galeria Estação, como um dos pontos altos dos eventos comemorativos dos 20 anos da galeria. A divisão equânime dos trabalhos entre as galerias convida o público a uma experiência de complementaridade das proposições poéticas e subjetivas de “Leste do Éden”.
Gonçalves Filho destaca a ligação dos três pintores com a literatura, visível nas duas exposições. A mostra também é uma oportunidade para o público explorar diálogos entre diferentes vertentes artísticas, como evidenciado na exposição conjunta anterior, “Quase Figura, Quase Forma”, que ocorreu em 2014.
“O projeto nasceu em torno da figura de Paulo Pasta, que exatamente há 40 anos fez sua primeira exposição individual mostrando paisagens dos canaviais de sua terra natal, Ariranha, no interior de São Paulo. De algum modo, essas paisagens eram rememorações, como se esses lugares não estivessem mais disponíveis para serem pintados. Deu-se o mesmo com Pedro Figari quando foi para o exílio parisiense e tentou pintar a paisagem dos pampas do Uruguai. Ficaram apenas vagas lembranças de sua terra natal. Com relação a Júlio Martins, a questão se tornou ainda mais radical. Para alguém que perseguia a perfeição, a paisagem da favela lhe era insuportável, o que fez o pintor buscar um mundo idealizado por meio da pintura”, explica Gonçalves Filho, que é também diretor cultural da Millan.
A Galeria Estação, inaugurada em 2004 por Vilma Eid e Roberto Eid Philipp, tornou-se uma referência na promoção da arte brasileira não-erudita, conquistando reconhecimento nacional e internacional. Por sua vez, a Millan, fundada em 1986, destaca-se por fomentar o potencial de cada artista e posicioná-lo no mercado internacional, expandindo recentemente suas operações com um terceiro espaço expositivo. Ambas as galerias têm contribuído significativamente para o cenário artístico contemporâneo, representando artistas renomados e emergentes.
SERVIÇO
Exposição Leste do Éden
De 7 de maio a 8 de junho de 2024
Abertura simultânea na Galeria Estação e na Millan em 7/5, terça-feira, das 18h às 21h.
Galeria Estação
Rua Ferreira Araújo, 625 – Pinheiros, São Paulo.
De segunda a sexta, das 11h às 19h. Aos sábados, das 11h às 15h.
Entrada gratuita
Millan
Fradique Coutinho, 1.430 – Pinheiros, São Paulo.
De segunda a sexta, das 10h às 19h. Aos sábados, das 11h às 15h
Entrada gratuita