Revista Poder

Lula de volta após turnê global, com planos de viagens nacionais em 2024

Lula || Créditos: Reprodução/CanalGov

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está de volta ao Brasil, após participar da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP28) em Dubai, nos Emirados Árabes, e visitar outros três países – Arábia Saudita, Catar e Alemanha – onde firmou acordos bilaterais e se encontrou com empresários, buscando investimentos para o Brasil.

Para o próximo ano, Lula planeja mais duas viagens internacionais. Durante o programa semanal “Conversa com o Presidente”, no canal Gov, ele explicou que dedicará seu tempo a percorrer o Brasil, com exceções para dois encontros: o da União Africana, na Etiópia, e o da Caricom (Comunidade de Países do Caribe), na Guiana.

“Quero participar desses porque tenho interesse em discutir democracia, sistema ONU, financiamento. Nos outros 365 dias, preparem-se, pois percorrerei o Brasil”, afirmou. “Quero visitar o Brasil, as cidades, conversar com prefeitos, com o povo, com os governadores, porque estou determinado não só a cuidar do povo brasileiro, mas a zelar pela civilidade, democracia, relação humana, cuidar de algo chamado carinho, que devemos ter com as pessoas, e respeito. Este Brasil precisa voltar a ser um país respeitoso. As pessoas podem discordar politicamente, mas devem respeitar umas às outras. Este país não pode ser desumano, agressivo, violento, desrespeitoso, como foi tão recentemente”, acrescentou.

Desde o início do ano, Lula fez visitas de Estado, participou de diversos fóruns internacionais em países da América, Ásia, África e Europa, visando restabelecer as relações diplomáticas e o papel do Brasil no mundo. Após os meses de viagens internacionais, ele passou por uma cirurgia de recuperação da articulação do quadril no final de setembro e agora concluiu sua última viagem de 2023.

 

Na última parada, em Berlim, Alemanha, foram assinados 19 acordos de cooperação em áreas como meio ambiente, mudança climática, agricultura, bioeconomia, energia, saúde, ciência, tecnologia, inovação, desenvolvimento global, integridade da informação e combate à desinformação. Os acordos estavam em discussão há meses.

O destaque da viagem foi a COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes, onde o Brasil buscou o protagonismo “pelo exemplo”. Com uma redução de 22,3% no desmatamento na Amazônia, a maior queda em uma década, o governo espera persuadir o mundo de que é líder no combate às mudanças climáticas. No entanto, o aumento do desmatamento no Cerrado, os incêndios no Pantanal e a defesa da exploração de petróleo na margem equatorial brasileira são pontos ainda criticados pelos ambientalistas.

Entre as medidas apresentadas durante o evento em Dubai estão a remuneração pela proteção das florestas, a proposta de pagamento aos países que mantêm as florestas preservadas; o Plano de Transformação Ecológica, com ações para finanças sustentáveis, transição energética, bioeconomia e infraestrutura, além de adaptação à mudança climática; e o programa recém-lançado para recuperação de pastagens degradadas, com previsão de recuperar 40 milhões de hectares de pastagem em até 15 anos.

O governo também destacou a retomada e ampliação do Fundo Amazônia e do Fundo Clima. Na última agenda antes de deixar a Alemanha, nesta terça-feira, Lula se reuniu com o ex-chanceler alemão e ex-presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Horst Köhler. Segundo o Palácio do Planalto, foram abordados temas como a necessidade de equacionar o endividamento de países africanos, que chega a US$ 800 bilhões, e o esgotamento de instituições multilaterais diante do atual cenário geopolítico internacional.

“Discutiram as dívidas dos países africanos com o Fundo Monetário Internacional e como isso dificulta o desenvolvimento econômico dessas nações. Também mencionaram a instabilidade em alguns territórios, com conflitos armados, como outro desafio atual no continente”, informou o comunicado da Presidência.

Durante a presidência do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, o Brasil pretende propor a reforma de instituições multilaterais como o FMI, o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio (OMC). O mandato, iniciado em 1º de dezembro, terá duração de 1 ano, encerrando-se em 30 de novembro de 2024. É a primeira vez que o país ocupa essa posição na história do grupo no formato atual.

As prioridades do Brasil nesta liderança incluem o combate à fome, pobreza e desigualdade; desenvolvimento sustentável nas dimensões econômica, social e ambiental; e a reforma da governança global. A previsão é que a comitiva presidencial desembarque no Rio de Janeiro esta noite, onde Lula liderará a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul na quinta-feira (7).

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