Revista Poder

Presidente da Enel no Brasil, Nicola Cotugno, se aposenta após críticas e apagão em São Paulo

foto divulgação Enel

O presidente da Enel no Brasil, Nicola Cotugno, anunciou sua saída do cargo após cinco anos, alegando aposentadoria, 20 dias após uma tempestade deixar milhares sem luz em São Paulo por uma semana. O novo presidente é Antonio Scala, com 18 anos de experiência na empresa. Cotugno enfrentou questionamentos em CPIs e a Enel foi multada em R$ 12,7 milhões pelo Procon de SP devido à falta de energia após a tempestade.

Além dos desafios operacionais, a Enel, multinacional italiana de energia, atua em 30 países, incluindo o Brasil, onde opera em três estados. Chegou a São Paulo em 2018, investindo R$ 3,1 bilhões, mas enfrentou críticas e queda na qualidade do serviço. A Enel-SP teve aumento de lucro em 2022, embora tenha registrado redução no terceiro trimestre de 2023. A empresa também reduziu o número de funcionários próprios, investindo na terceirização.

Outro ponto relevante é o histórico recente da Enel-SP, que recebeu a pior avaliação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 2022 entre as concessionárias que atendem no estado paulista. Isso ocorreu mesmo com um aumento significativo no lucro da empresa, atingindo R$ 1,4 bilhões, um aumento de 80% em relação a 2019.

A situação é agravada pela venda das operações em Goiás, após críticas do governo local sobre quedas constantes de energia na região de concessão. A Enel enfrenta desafios de satisfação do cliente e qualidade do serviço, conforme destacado pelo Sindicato dos Eletricitários do Estado de São Paulo.

Apesar da complexidade operacional, os resultados financeiros da Enel-SP mostram um lucro acumulado de R$ 1,113 bilhão nos nove primeiros meses de 2023, representando um aumento de 28,1% em relação ao ano anterior. No entanto, a dívida líquida da empresa ainda é uma preocupação, atingindo R$ 6,21 bilhões, embora tenha registrado uma redução de 4,11% em relação ao mesmo período de 2022.

O cenário da Enel-SP reflete desafios estruturais no setor elétrico brasileiro, com implicações para a qualidade do serviço, satisfação do cliente e a gestão das operações em um ambiente marcado por eventos climáticos extremos e pressões regulatórias.

 

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