A Petrobras anunciou, nesta quinta-feira (20), que vai reduzir o preço da gasolina em 4,1% nas refinarias e aumentar o diesel em 6,6% a partir deste sábado (21). A decisão ocorre em meio a um salto nos preços internacionais desde o início da guerra entre Israel e Hamas, no início do mês. Essa é a primeira mudança nos preços praticados pela companhia nos últimos 64 dias — em 16 de agosto, a gasolina subiu 16,18% e o diesel, 25,48%. Analistas alertam para o impacto do reajuste na inflação. Apesar de haver redução na gasolina, os efeitos do diesel mais caro podem provocar um espalhamento da carestia na economia a médio prazo.
A Petrobras informou que a redução da gasolina foi motivada pelo fim do período sazonal de maior demanda global, que significa maior disponibilidade e desvalorização do produto frente ao petróleo. Já o aumento do diesel foi explicado pela demanda global sustentada, com expectativa de alta sazonal, resultando em valorização do produto frente ao petróleo.
A gasolina é um dos produtos que mais pesam na inflação e, portanto, uma queda no preço final, mesmo que pequena, pode ajudar a conter o aumento do custo de vida para o consumidor. Pelas estimativas de André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), para cada 1% de redução no preço da gasolina, há um impacto de baixa de 0,05 ponto percentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês.
O diesel, por outro lado, tem impacto menor na inflação, mas um efeito indireto perverso. Ele movimenta o frete e a frota de ônibus urbana, é utilizado nos geradores das termelétricas, pelas máquinas no campo. A longo prazo, tem poder de espalhar mais a inflação na economia, mas isso leva um tempo.