Revista Poder

Em 2022, 72% dos estudantes de Ensino Superior privado preferem Ensino a distância

Cresce a adesão ao ensino superior a distância em 2022, levantando preocupações sobre regulamentação e qualidade

Crédito: CC/Unsplash

No último ano, 72% dos alunos aprovados em instituições de ensino superior privadas escolheram a modalidade de ensino a distância, revelam os dados do Censo da Educação Superior 2022, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O crescimento da Educação a Distância (EAD) tem sido uma tendência nos últimos anos, levantando preocupações devido à regulamentação do setor e à complexidade da avaliação da qualidade dos cursos.

Os métodos atuais de avaliação de cursos não consideram, por exemplo, o tipo de plataforma online utilizada pelas instituições de ensino e a quantidade de aulas “síncronas,” em que os alunos podem interagir em tempo real com os professores. Tende a ocorrer que as faculdades gravem o material didático apenas uma vez e o disponibilizem para um número crescente de interessados. “O Ministério da Educação (MEC) tem a responsabilidade de regulamentar isso. É um alerta importante para tomarmos medidas significativas diante desse panorama,” declarou Camilo Santana, ministro da Educação, durante o evento de divulgação dos dados.
De acordo com ele, por decisão do governo federal, 16 cursos de graduação não poderão ser realizados na modalidade à distância: 4 já foram suspensos (enfermagem, direito, odontologia e psicologia) e outros 12 ainda estão em debate, por meio de consulta pública.

Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, uma entidade que representa as instituições de ensino superior no Brasil, explica que a modalidade à distância “tem sido mais atrativa devido à sua flexibilidade em termos de local e horário para o estudante, mas principalmente por ser oferecida com mensalidades substancialmente mais acessíveis.” “E 80% dos estudantes brasileiros têm uma renda per capita de até 3 salários mínimos, ou seja, não têm condições de arcar com as mensalidades dos cursos presenciais. A cobertura do Prouni e do Fies é limitada, e o número de vagas nas instituições de ensino público também é reduzido,” acrescenta.

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