Revista Poder

Luís Felipe Salomão

Corregedor do CNJ sobe um grau em notoriedade ao determinar instauração de procedimento disciplinar contra Sergio Moro e juíza Gabriela Hardt

Luís Felipe Salomão || Crédito: Carlos Moura/SCO/STF

O corregedor do Conselho Nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, subiu um patamar em notoriedade ao longo deste mês. No primeiro dia do julgamento dos atos antidemocráticos no STF, na quarta (13), ele já havia sido citado nominalmente por representar, como corregedor, contra Sebastião Coelho, desembargador aposentado e advogado constituído do primeiro réu julgado, Aécio Pereira – que, ao final da sessão levou ferro de 17 anos.

Sebastião falou, no começo de sua manifestação, que o corregedor não iria “intimidá-lo”.

Pois bem, agora Salomão determinou instauração de procedimento disciplinar contra o hoje senador Sergio Moro e contra a juíza Gabriela Hardt. Ambos atuaram na famigerada 13ª Vara Federal de Curitiba nos casos relativos à Operação Lava Jato.

Moro largou a magistratura para se tornar ministro da Justiça de Jair Bolsonaro e depois, expelido do governo, consultor da transnacional Alvarez & Marsal antes de tentar a sorte na carreira política. Caso punido pelo CNJ, Moro pode se tornar ficha-suja e, assim, inelegível.

A infração analisada por Salomão é o repasse de R$ 2,1 bi feito à Petrobras, montante que teria sido recuperado em acordos de leniência. O problema: o repasse teria sido feito antes do trânsito em julgado em processo açodado.

É estranho, de toda forma, punir alguém por supostamente recuperar algum patrimônio para o país, e, claro, Moro e seus amiguinhos já começaram a explorar a suposta injustiça do “sistema”. Em seu ex-Twitter, o ex-ex-ex mandou: “No fantástico mundo da Corregedoria do CNJ, recuperar dinheiro roubado dos bandidos e devolver à vítima (Petrobras) é crime.”

Ainda colocou, à Chacrinha, uma conclusão maliciosa e claramente não relacionada à decisão que pode vir a puni-lo: “Só mesmo no Governo Lula.”

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