O novo ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA), deputado federal em terceiro mandato que foi exportado para o Esplanada em acerto entre Lula e Centrão, este representado por seu bastante procurador, o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), não tem a fleugma do correligionário alagoano, que consegue escapar das questões mais espinhosas sem mudanças perceptíveis no tom de voz, chistes, atos-reflexos nem vacilações.
O homem, dir-se-ia, é uma máquina.
Mas Fufuca, não. Ou ainda não, pelo menos. Ao repórter do portal Metrópoles, Fufuca mostrou irritação ao ter de responder sobre verba de R$ 4,7 milhões destinada a Peritoró (MA), cidade administrada por prefeito amigo, Dr. Junior, também do PP.
Fufuca foi direto: “Quem assinou (o convênio) foi a ex-ministra [Ana Moser, que Fufuca substitui]. Fale com ela”. E sobre ter alguma influência na decisão, refutou: “Zero, zero, zero. Eu não era ministro na época.”
Produto de uma longa negociação entre a agremiação adesista Centrão e Lula 3, a persona “ministro” de Fufuca terá de saber lidar com esse tipo de questão, para a qual será sempre inquirido. Por outras respostas dadas ao Metrópoles, percebe-se que ele vem ouvindo atentamente o que Lira costuma dizer.
Bom aluno, Fufuca já mandou que “querer criminalizar emenda é [questão] totalmente equivocada” e que há “diversos órgãos de fiscalização (…) para evitar qualquer tipo de desvio”.
“O que é crime é o desvio, não a indicação”.