Revista Poder

Vírus Nipah volta a fazer vítimas e fechar escolas na Índia

Déjà-vu: vírus tem alta letalidade, morcego como hospedeiro e pode ocasionar complicações respiratórias agudas – ou, em algumas pessoas, ser assintomático. Não há vacina

Vírus isolado Nipah observado em laboratório || Crédito: CC/WikiCommons/Flickr/NIAID

Um vírus transmitido de animais para humanos, ou de humanos para humanos, ou por ingestão de carne contaminada que pode trazer complicações respiratórias agudas e levar à morte.

Que tem espécies de morcegos que se alimentam de frutas como hospedeiros principais.

Que não tem vacina disponível, seja para humanos ou animais.

Que pode ocasionar febre, dor de cabeça, vômito, dor de garganta e dor muscular. Ou não produzir qualquer sintoma.

E que obrigou Kerala, um estado indiano, a fechar escolas e fazer testes em massa após duas mortes entre sua população.

Deu um incômodo déja-vù? Pois o vírus Nipah, considerado uma das doenças prioritárias da Organização Mundial de Saúde, começa a preocupar mais seriamente o mundo. Em Kerala, as mortes anunciadas na quarta-feira (13) fazem parte do quarto surto da doença entre a população.

Em 2018, 17 pessoas morreram no estado por conta do alastramento do Nipah. No ano seguinte, houve novo diagnóstico e, dois anos depois, a morte de um menino de 12 anos.

O Nipah foi identificado pela primeira vez na Malásia, com 100 mortes.

Em evento recente na Fapesp, a entidade de fomento à atividade científica e ao ensino superior no estado de São Paulo, o diretor do Instituto Butantan, o infectologista Esper Kallás, falou da possibilidade da eclosão de novas pandemias e da necessidade de se ter uma resposta imediata a elas. Para Kallás, os eventos climáticos extremos podem propiciar a disseminação de doenças de transmissão respiratória, hídrica e alimentar. Exemplificou com a insurgência do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue em Santa Catarina, região em que ele não ocorria.

Kallás foi tema de reportagem de capa da revista PODER durante a pandemia de Covid-19. Leia-a aqui.

 

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