Líder do partido Republicano na Câmara dos Deputados (“speaker”, em inglês) estadunidense, Kevin McCarthy se viu compelido por seu próprio partido a fazer um gesto cujas consequências, na frase famosa, vêm depois. McCarthy disse nesta terça (12) que vai pedir abertura de processo de impeachment de Joe Biden em razão dos negócios de Hunter Biden, seu filho, fora do país. O problema: vantagens financeiras que teriam sido desfrutadas pelo pai com tais negócios não foram provadas. Essa seria a “causa mater” para o pedido.
A emissora MSNBC lembrou que há cerca de dez dias McCarthy já havia refutado as pressões de seus correligionários pela abertura do processo, ao menos da maneira como pretende fazê-lo agora, com uma “canetada”. “Abrir um pedido de impeachment é um negócio sério, e os deputados republicanos não o farão de maneira parcial ou para tirar proveito político. O povo estadunidense merece ser ouvido nesse assunto por meio de seus representantes”, disse, para em seguida afirmar que seria necessário o voto de todos os deputados republicanos.
McCarthy ficou a um passo de ser destituído da liderança se não fizesse o anúncio desta terça (12).
Ian Sams, um dos porta-vozes da presidência dos Estados Unidos, chamou o gesto de McCarthy de “extremismo político no seu pior”. “Os deputados republicanos vêm investigando o presidente por nove meses, e não encontraram evidências de malfeitos. Eles mesmos disseram isso”, publicou, no ex-Twitter.
House Republicans have been investigating the President for 9 months, and they've turned up no evidence of wrongdoing
His own GOP members have said so
He vowed to hold a vote to open impeachment, now he flip flopped because he doesn't have support
Extreme politics at its worst
— Ian Sams (@IanSams46) September 12, 2023