Revista Poder

Arábia Saudita cria megacidade no deserto

Metrópole futurista e sustentável é parte de megaprojeto que recebeu US$ 500 bilhões de investimento do governo saudita

Crédito: Neom/Divulgação

Em andamento desde 2021, o empreendimento superlativo, que recebeu o nome de NEOM, tem como um de seus idealizadores Mohammed bin Salman al Saud, príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Árabia Saudita – foi ele quem presenteou o ex-presidente Jair Bolsonaro com as joias que atualmente são alvo de uma CPI.

O projeto de 26.500 km2  de área vai ocupar a porção noroeste do país, junto ao Mar Vermelho e ao Canal de Suez, rota de mais de 10% do comércio mundial. Distante cerca de seis horas de voo de 40% do planeta, o empreendimento engloba quatro frentes com vocações diversas – Line, Sindalah, Trojena e Oxagon.  As obras já começaram e as entregas serão feitas em fases, a primeira delas prevista para ano que vem. Um time peso-pesado de escritórios de arquitetura assina os projetos – um deles é o Zaha Hadid Architects, fundado pela raniana, que faleceu em 2016 e foi a primeira mulher a ganhar um Pritzker, o Oscar da Arquitetura.

Revolução urbana
The Line será uma cidade vertical carbono zero que vai operar com energia 100% renovável e não terá carros ou estradas. Com apenas 34 km2 de área, possui capacidadepara abrigar nove milhões de habitantes. O empreendimento está sendo anunciado pelo governo saudita como uma revolução do conceito de moradia urbano. Por ser uma cidade vertical, a ideia é sobrepor as funções de uma metrópole de maneira que os moradores possam morar, trabalhar, estudar e acessar espaços de lazer, entre outras necessidades, sem que precisem fazer grandes deslocamentos. Os primeiros  módulos deverão ser entregues em dois anos, e a expectativa é que The Line tenha um milhão de habitantes até 2030 – e que chegue a nove milhões em 2045.

Sindalah, que ocupa uma ilha de mesmo nome, será uma resort de luxo e contará com três hotéis, praia privativa, iate clube, spa e centro de bem-estar. As obras devem ser concluídas ano que vem,  assim como as de Oxagon, que pretende ser a maior estrutura flutuante do planeta. Trojena, por sua vez, deve ser concluída até 2026 e terá pistas de esqui funcionando o ano todo, lago de água doce, chalés, villas e hotéis de alto padrão. Um dos planos é que Trojena seja a sede dos Jogos Asiáticos de Inverno de 2029.

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