Revista Poder

Paes tem em atropelamento de ator argumento para redução de velocidade – e possível ganho político

Acidente infligido a Kayky Brito na Barra é motivo para controle de velocidade; fazer isso há uma década, como fez Haddad quando prefeito paulistano, tirava voto

Eduardo Paes || Créditos: Tânia Rêgo/Agência Brasil

No tempo em que maldizer a política pegava bem, neófitos elegeram-se prefeitos dizendo-se “gestores”. Mas coloquemos a frase no singular, porque ela cabe perfeitamente a João Doria em 2016, quando o “gestor” venceu a eleição para a prefeitura de São Paulo já no primeiro turno, aproveitando-se da onda contra Dilma Rousseff e todos os demais líderes petistas, o então prefeito paulistano e candidato à reeleição Fernando Haddad entre eles.

A Lusitana rodou: Doria, mesmo com a paternidade da vacina no Bandeirantes, virou pó; Haddad, ministro da Fazenda. Tudo isso para dizer que o prefeito do Rio, Eduardo Paes, pode aproveitar-se hoje, 2023, de um tema agora de apelo popular, mas que na época de Haddad prefeito foi explorado à rodo por seus adversários políticos: a diminuição da velocidade nas avenidas da capital.

Paes tem um atropelamento “célebre”, o do ator Kayky Brito, na Barra da Tijuca, para usar como argumento de convencimento. E explicitou isso no ex-Twitter nesta segunda (4):

Doria e seu time de marketing fez pespegar em Haddad a autoria de uma tal “indústria das multas” a que a redução expressiva da velocidade nas vias expressas de São Paulo serviria – a diminuição do número de morte no trânsito passou batido, claro. Paes tem pista livre para escapar da ridícula artimanha – e faturar a eleição de 2024, quando deve ser candidato à reeleição à prefeitura do Rio.

 

Sair da versão mobile