A Walmart, a grande varejista estadunidense, benchmark mundial do setor, fundada por aquele que é considerado um dos líderes empresariais mais influentes do mundo, Sam Walton, protagoniza uma situação rara no mercado corporativo.
A empresa anuncia a troca de seu CEO para os mercados internacionais. Sai uma mulher, Judith McKenna, e assume seu lugar outra mulher, Kath McLay, até então CEO da divisão Sam’s Club.
Aos 57 anos, Judith pretende se aposentar, algo inesperado para alguém que, como escreveu a revista Fortune, mudou nos últimos cinco anos a cara internacional da varejista, fechando operações de mercados como Japão, Reino Unido e Argentina – e dobrando, em contraposição, a aposta no México, Canadá e China. Judith teve uma liderança disruptiva durante a Covid-19, o que fez com que a Fortune incluísse a veterana de 27 anos de Walmart no 14º lugar de sua famosa lista de mulheres poderosas. Prognosticava-se que Judith viria a substituir o CEO da empresa, Doug McMilon.
Já a australiana Kath McLay, 49 anos, até então CEO da divisão Sam’s Club, que fatura US$ 73 bi para a Walmart, tem uma relação menos longeva com a casa. Chegou em 2015 e logo buscou consolidar a proeminência da Sam’s num cenário em que disputava renhidamente mercado com a Costco. Ela também entrou na lista da Fortune, como a 28ª mulher mais poderosa.
A troca se dá num momento em que a Walmart coleciona dividendos por sua estratégia de preços baixos nos Estados Unidos, mercado onde o varejo vinha emitindo sinais preocupantes diante de externalidades como o aumento do preço da energia e o despertar da inflação. Na divulgação de resultados do segundo trimestre nesta quinta (17), McMilon disse que está vendo pessoas vir a Walmart em busca de economias nas compras de artigos de consumo diário – esse seria o pulo do gato da varejista nos últimos meses.