O reitor Zé Vicente, na universidade Zumbi dos Palmares, celebra nesta sexta (11), em São Paulo, um ano do programa que apresenta na TV Cultura, o Negros em foco. Como entrega o nome, o semanal enfoca a inserção dos negros no mercado de trabalho e em outros postos da sociedade, como governos, Judiciário e terceiro setor.
O evento, que atende à lógica desse tipo de celebração, ou seja, dar luz aos esforços de diversidade do principal patrocinador, uma instituição financeira, ganhou sabor especial com a aprovação, na quarta (10), na Câmara Federal, da atualização da Lei de Cotas para universidades federais, que agora inclui quilombolas e teve reduzido o nível de renda per capita familiar dos candidatos para R$ 1 000.
Criadas em 2012, as cotas, são destinadas a ex-estudantes de escolas públicas e ainda para alunos pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência. Por meio do dispositivo, o número de alunos pretos e pardos nas universidades federais passou de 31% em 2002 para 52% em 2020.
O reitor Zé Vicente é um dos maiores entusiastas da Lei de Cotas e batalhou incansavelmente por uma revisão satisfatória do dispositivo. A revisão deveria acontecer em 2022, mas uma Câmara em fim de mandato, avessa à discussão e focada nas eleições de outubro acabou por se decidir pelo adiamento da apreciação da matéria para agora.
A relatora do projeto que acabou aprovado na Câmara Federal, deputada Dandara (PT-MG), disse em discurso que ela mesma foi beneficiada pela Lei de Cotas.
Ela ainda agradeceu o presidente da Câmara, Arthur Lira, “pela confiança em designar uma deputada de primeiro mandato relatora desse projeto tão importante (…) E também pelas articulações para que o projeto fosse pautado em plenário e aprovado”.