Os seis suspeitos pelo assassinato do candidato presidencial às eleições do Equador, o jornalista Fernando Villavicencio, ocorrido na noite de quarta-feira (9), são forasteiros, disse o ministro do Interior do Equador, Juan Zapata.
Mesmo assim, é razoavelmente consensual que o assassinato, a onze dias das eleições, foi encomendado por cartéis do narcotráfico do Equador, que ganharam relevo recentemente nesse país sul-americano. Há poucos dias o próprio Villavicencio havia dito que estava “jurado” pelo cartel Los Choneros. “Se eu continuasse mencionando os Los Choneros, eles iriam me quebrar”, falou.
A jornalista Sylvia Colombo, especialista em América Latina, escreveu nesta quinta (10) na Folha de S.Paulo que a morte de Villavicencio pode favorecer os candidatos de direita e extrema-direita nas eleições de 20 de agosto. Eles são alinhados com o discurso mais duro da repressão policial – e têm no presidente salvadorenho, Nayib Bukele, e seu programa de encarceramento maciço um “benchmark” continental de combate à violência ao arrepio dos direitos humanos.
As pesquisas colocavam o candidato assassinado em segundo lugar, atrás apenas de Luisa Gonzáles, nome apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa, hoje exilado na Bélgica, mas que mantém enorme apoio popular.