Revista Poder

Fé de Lira no semipresidencialismo cai no vácuo em semana que só se falou de outra coisa

Confissão de fé do presidente da Câmara em regime em que Legislativo repartiria também o ônus com Executivo se perde em meio a agenda política intensa

Arthur Lira || Crédito: Reprodução/YT/TV Cultura

A confissão de fé do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, no regime semipresidencialista, em que ônus e bônus na gestão e gerência do país são divididos entre Executivo e Legislativo, passou batido ao longo de uma semana em que só se falou de outra coisa.

No programa Roda Viva de segunda-feira (31), Arthur Lira fez notável discurso a favor do regime, que foi objeto de comissão especial na Câmara Federal no fim de 2022 e cujo relatório aponta previsão de aplicação no país a partir de 2030, a depender, contudo, de aprovação por plebiscito nacional.

Lira disse no programa que “só tem responsabilidade absoluta na gestão quem gere”, dando a entender que o Congresso deveria repartir não só os bônus do atual regime presidencialista — coisas como os instrumentos de execução orçamentária como as emendas impositivas — o que chamou no televisivo de “aplausos”.

“Eu sempre defendi o semipresidencialismo, porque fazendo uma autocrítica da minha Casa [Câmara Federal]… a minha Casa muitas vezes vota em matérias que dão apoio e aplausos (…) como foi alguns pisos e algumas situações, e não tem a grandeza e a dificuldade do impacto que isso vai gerar.”

Talvez por ser tema considerado abstrato demais pelos jornalistas — mais interessados no “Roda” em confrontar Arthur Lira com seus rolos domésticos e pedidos de censura a alguns órgãos de imprensa –, o assunto morreu ali mesmo. Não ajudou também que só se falasse de outra coisa em Brasília esta semana — das posses de Celso Sabino no Esplanada a Cristiano Zanin no STF às discussões pela descriminalização da posse de drogas no Supremo.

 

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