Revista Poder

Reino Unido registra redução histórica de mortes de ciclistas enquanto Brasil enfrenta preocupante crescimento

Queda no número de vítimas na Grã-Bretanha contrasta com o alarmante aumento de acidentes em solo brasileiro

Crédito: CC/WikiCommons/Martin Addison/Abandoned Bike /CC BY-SA 2.0

No Reino Unido, houve uma redução nas mortes de ciclistas em 2022, atingindo o menor número em três décadas, com apenas 85 fatalidades. Isso representa uma queda de 15% em relação à média anual de 100 mortes entre 2015 e 2019, períodos comparáveis após a pandemia. Esses resultados são atribuídos, em parte, às medidas de segurança viária implementadas, como um código de estrada atualizado e a introdução de bairros habitáveis.

Além disso, houve um aumento na quantidade de milhas percorridas por ciclistas no último ano, totalizando 3,9 bilhões de milhas, em comparação à média de 3,5 bilhões de milhas anuais entre 2015 e 2019. Esses dados permitem calcular a taxa de fatalidades por bilhão de milhas percorridas, indicando uma redução de 24%, com 22 mortes por bilhão de milhas, contra a média de 29 entre 2015 e 2019.

A Cycling UK enfatiza a importância de manter o impulso com ações e investimentos governamentais para garantir que a segurança nas estradas para ciclistas continue melhorando e que a redução de fatalidades seja uma tendência duradoura.

Desafios no Brasil: Aumento de acidentes com ciclistas

Enquanto o Reino Unido registra progressos no quesito segurança viária para ciclistas, o Brasil enfrenta uma realidade preocupante. Nos últimos 10 anos, o país testemunhou um aumento de 71% nos acidentes envolvendo ciclistas. Apenas nos primeiros três meses de 2023, mais de 3.500 hospitalizações de ciclistas foram contabilizadas, e a Sociedade Brasileira do Trauma Ortopédico destaca as lesões mais comuns, frequentemente afetando as extremidades superiores, especialmente a região da cintura escapular próxima ao ombro.

O médico Alexandre Pallottino enfatiza a importância de precaução durante a prática do ciclismo, incluindo o uso de equipamentos de segurança, como capacetes, e a manutenção regular das bicicletas. Ele também aponta que o Brasil enfrenta desafios distintos dos países europeus, como a falta de familiaridade, espaço e infraestrutura adequada para o ciclismo seguro nas estradas.

Apesar das melhorias observadas em outros lugares, é fundamental haver atenção contínua e esforços persistentes para garantir a proteção dos ciclistas em suas jornadas e a redução do número de acidentes nas estradas, visando a construção de um ambiente mais seguro e acolhedor para o ciclismo no Brasil e globalmente.

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