Revista Poder

Imazon vê relação direta entre desmatamento e precarização social

Cidades que mais desmataram na Amazônia Legal nos últimos três anos têm pior IPS, índice de progresso social segundo instituto

Área de floresta derrubada e queimada e vista na zona rural do município de Apuí || Crédito: Bruno Kelly/Amazônia

O que se sabia empiricamente agora está provado com método científico. Estudo levado a cabo pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) divulgado nesta quinta (27) aponta que as cidades da Amazônia Legal que mais desmataram nos últimos três anos são as que têm o pior índice de progresso social (IPS), índice que é composto por critérios de qualidade de vida como saúde, educação, segurança e moradia.

A Amazônia Legal é formada pelos estados da região Norte mais o Mato Grosso e o Maranhão.

Os 89 municípios de pior IPS devastaram média de 86 km² de suas florestas; os 20 de melhor índice, 20 km², em média, ou seja uma relação de mais de quatro vezes. O IPS médio dos 20 municípios com as maiores áreas de floresta destruídas nos últimos três anos (52,30) foi menor do que a média geral da Amazônia.

O pódio do desmatamento ficou com o Pará, com as duas cidades que mais desmatam. Altamira teve IPS 51,28 para um destruição de suas florestas de 2,2 mil km²; São Félix do Xingu veio a seguir, com IPS de 52,56 e desmatamento de 1,7 mil km². Lábrea, no Amazonas, completa o ranking com 52,97 e 1,6 mil km² de florestas destruídas.

Beto Veríssimo, cofundador do Amazon, disse sobre a pesquisa que a “expansão da derrubada não gerou desenvolvimento na Amazônia”.

“Pelo contrário, deixou os 27 milhões de habitantes da região sob condições sociais precárias.”

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