Revista Poder

Erdogan volta a falar grosso para garantir exportações de grãos ucranianos

Presidente turco, principal responsável pelo acordo em 2022, alerta para a inflação global e possíveis novos movimentos de migração ocasionadas por bloqueio naval

Recep Tayyip Erdoğan, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky || Créditos: CC/WikiCommons/Presidency of/ Gabinete de Imprensa do Presidente UcranianoAzerbaijan/kremlin.ru/

O presidente turco, Recep Erdogan, ganhou forte protagonismo geopolítico ao conduzir em 2022 o importante acordo do Mar Negro, que preservou as exportações de grãos ucranianos a partir do porto de Odessa, região que é uma das mais afetadas pela invasão russa.

Erdogan ajudou a evitar uma disparada dos preços dos alimentos em diversos países, já que Ucrânia e Rússia são dois dos três maiores exportadores do mundo de, por exemplo, trigo. O acordo, como se sabe, subiu no telhado nesta semana, com as represálias russas ao bombardeio da ponte da Crimeia que enfureceu Vladimir Putin.

Os russos não hesitaram em bombardear severamente instalações portuárias de Odessa, dificultando a saída de navios ucranianos, que também perderam a “imunidade” dada durante o acordo. Erdogan, segundo publicou a agência de comunicação turca Anadolu, disse que que os efeitos da interrupção do acordo são diversos, do “aumento do preço global dos alimentos à fome em certas regiões e a novas ondas de migração”. E, que, por isso, “não hesitará em tomar iniciativas” para prevenir essa situação.

O espírito de Vladimir Putin não estava para acordos de paz nesta sexta-feira (21), contudo, em que ele falou com certa mordacidade sobre a muito esperada “contraofensiva” ucraniana. “Hoje é óbvio que os curadores do Ocidente do regime de Kiev estão claramente desapontados com os resultados da tão falada contraofensiva”, disse.

“Nada ajudou, nem os colossais recursos que eles jogaram no regime de Kiev nem o suprimento de armas, nem o envio de milhares de mercenários e conselheiros estrangeiros” (…)  O mundo todo vê que o ‘hype’ das armas do Ocidente, supostamente invulneráveis, está queimando nas linhas do front.”

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