Revista Poder

Pedido da PGR de dados de milhões de seguidores de Bolsonaro gera nova contenda política

Subprocurador Carlos Frederico Santos diz que "jamais iria investigar milhões de pessoas", e defesa do ex-presidente levanta outra vez o estandarte da liberdade de expressão

Carlos Frederico Santos || Crédito: Reprodução/YT/TV ANPR

Não se sabe qual a efetividade disso, mas a Procuradoria Geral da República (PGR) solicitou uma constelação de dados às plataformas de redes sociais por conta da investigação no STF sobre os atos contra a democracia. O subprocurador Carlos Frederico Santos, que assina o pedido, quer conhecer não apenas quem são os seguidores nas redes de Jair Bolsonaro, mas de que formam atuam — para o quê dão like; o que comentam; quais posts compartilharam, emojis preferidos etc.

Talvez sejam necessários alguns meses para depurar esse material, caso ele efetivamente chegue aos procuradores. As redes citadas no pedido são Instagram, LinkedIn, TikTok, Facebook, Twitter e YouTube.

O subprocurador Santos achou por bem nesta terça-feira (18) emitir nota de esclarecimento diante do pedido pantagruélico. “Impõe-se dimensionar o impacto das publicações e o respectivo alcance. Jamais iria investigar milhões de pessoas, seria até impossível fazer isso”.

Santos reconhece que entre os milhões de seguidores de Bolsonaro há aqueles que ali estão por “curiosidade”, “informação”, “motivação profissional”, entre outras razões. E, com isso, afirma que “só há um investigado neste caso: o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro”.

A defesa do ex-presidente se pronunciou no final da manhã desta mesma terça dizendo que “Bolsonaro reitera que este jamais incitou, induziu ou teve participação em quaisquer dos atos havidos na Praça dos Três Poderes (…) aos quais fez e faz questão de posicionar-se de forma discordante”.

A nota ainda surfou na ideia da liberdade de expressão, que o clã Bolsonaro sempre tenta usar como estandarte. “Causa, no entanto, espécie e grande preocupação com o exercício da liberdade de pensamento e opinião”.

Bolsonaro e seus filhos parlamentares não deram corda ao assunto em suas contas no Twitter nesta terça, ao menos até por volta das 16h. Curiosamente, o senador Flávio Bolsonaro criticou na segunda-feira (17) a proposta de regulação das plataformas feitas por Lula e seu ministro da Justiça, Flávio Dino.

Ele reencaminhou vídeo em que Lula expressa esse desejo, e assim o legendou:

“O vingativo Lula odeia ouvir a verdade sobre o seu passado podre! Persegue e prende seus opositores e agora quer calar todas as vozes! O que não pode faltar numa ditadura? A CENSURA, especialidade dos vermelhos.”

Waaal.

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