Revista Poder

Índia embarca em missão histórica com Chandrayaan-3 rumo à Lua

Segunda tentativa do país asiático visa realizar pouso controlado e explorar área inexplorada da superfície lunar, impulsionando suas ambições espaciais

Espaçonave Chandrayaan-3 || Crédito: Divulgação/ISRO

A Índia lançou com sucesso a missão Chandrayaan-3, com o objetivo de pousar uma espaçonave na lua. Esta é a segunda tentativa do país, depois que a missão Chandrayaan-2 falhou em 2019. A decolagem ocorreu do Centro Espacial Satish Dhawan, em Sriharikota, no sul do estado de Andhra Pradesh, na manhã desta sexta-feira (14). A expectativa é de que o pouso aconteça em 22 ou 23 de agosto.

A missão Chandrayaan-3, que significa “veículo lunar” em sânscrito, é composta por um módulo de pouso, um módulo de propulsão e um rover. O objetivo é realizar um pouso controlado na superfície lunar, coletar dados e conduzir experimentos científicos para estudar a composição da lua. A Índia busca se tornar apenas o quarto país a realizar um pouso controlado na lua, após os Estados Unidos, Rússia e China.

A primeira missão lunar da Índia, a Chandrayaan-1, foi lançada em 2008 e orbitou a lua antes de ser deliberadamente aterrissada na superfície lunar. Já a Chandrayaan-2 entrou com sucesso na órbita lunar em 2019, mas seu rover não conseguiu pousar com segurança. Agora, a Chandrayaan-3 visa aterrissar próximo ao desafiador terreno do polo sul lunar.

O lançamento histórico atraiu multidões ao Centro Espacial Satish Dhawan, e mais de um milhão de pessoas acompanharam a transmissão ao vivo pelo YouTube. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, elogiou os engenheiros por trás da missão, destacando a importância do programa espacial para as ambições da Índia no cenário global.

Programa espacial indiano

A Organização Indiana de Pesquisa Espacial (em inglês: Indian Space Research Organisation – ISRO) é a agência espacial nacional da Índia, com sede em Bangalore. A nação mais populosa do mundo tem um programa aeroespacial com um orçamento relativamente baixo, mas que se aproxima rapidamente dos marcos estabelecidos pelas potências espaciais globais. Em 2014, a Índia se tornou a primeira nação asiática a chegar a Marte, e em 2019, anunciou ter derrubado um de seus próprios satélites como parte de um teste antissatélite. Além disso, a organização está trabalhando para estabelecer uma estação espacial independente até 2030 e aumentar sua participação no mercado espacial comercial global.

Com um orçamento de aproximadamente US$ 75 milhões, a missão Chandrayaan-3 é um exemplo da abordagem de baixo custo da Índia para a exploração espacial. O sucesso dessa missão reforçaria ainda mais as conquistas do país no campo espacial e impulsionaria suas ambições futuras. A agência espacial também propôs o envio de um orbitador para Vênus.

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