A entrevista do presidente Lula à TV Record na noite de quinta-feira (13), marcando uma reaproximação da emissora de Edir Macedo com o lulopetismo, alegrou certos setores do poder. Como a direção da Procuradoria Geral da República. Seu comandante, Augusto Aras, em setembro pode ser reconduzido para um inédito terceiro mandato. A indicação é prerrogativa do presidente da República.
Na entrevista, Lula disse que jamais conversou pessoalmente com Aras, mas que pode vir a fazê-lo para tomar a decisão sobre os novos rumos da PGR. “Possivelmente eu vou conversar com o Aras, como eu vou conversar com outras pessoas, e eu vou sentir o que é que as pessoas pensam, e no momento certo eu indicarei”.
Baiano, Aras tem como aliado no petismo seu conterrâneo Jaques Wagner, senador pelo PT; é também bem visto pela classe política mais afeita aos ritos parlamentares do que às exibições em redes sociais. Aras trabalhou para desmobilizar o ativismo de certos promotores, especialmente aqueles ligados à Operação Lava-Jato e à turminha de Curitiba.
O jornal O Estado de S.Paulo publica nesta sexta (14) reportagem que sustenta que o PGR estaria a “ampliar sua influência” nos conselhos responsáveis por acompanhar o trabalho dos promotores públicos e juízes, o que seria uma forma de também “comer pelas beiradas”.