O julgamento da possível inelegibilidade de Jair Bolsonaro por conta da infame reunião do ex-presidente com embaixadores durante a campanha eleitoral de 2022 foi retomado na manhã desta quinta-feira (29) no TSE, em Brasília. A sessão havia começado na terça (27), com o voto do relator, a favor da inelegibilidade.
Com um voto menos demorado do que a média, mas ainda assim um voto, o ministro Raul Araújo empatou a “contenda”, ao não ver razões para a inelegibilidade, já que, no seu entender, as falas de Bolsonaro contra o voto eletrônico foram diversas ao longo de seu mandato — um “golpismo” bem distribuído por quatro anos, pode-se dizer, numa exegese rápida.
Bolsonaro chegou a citar explicitamente que Raul Araújo poderia pedir vista no julgamento, jogando para as calendas o veredicto. Não rolou.
Isso pode ser um problema para o ex-presidente. Na hora em que Nunes Marques, um dos “meus 20% no STF”, como Bolsonaro se referia aos dois ministros indicados por ele ao Supremo, votar, é bem possível que a maioria pela inelegibilidade já esteja formada.
Falta pouco para a casa cair: os ministros Floriano Peixoto e André Ramos Tavares votaram pela inelegibilidade.
Com 3 a 1, Cármen Lúcia, que vota a seguir, pode encerrar o playoff.
O diabo é que é hoje só amanhã. O presidente do TSE, Alexandre de Morais, interrompeu o julgamento, que será retomado na sexta (30).