Revista Poder

Gás natural é combustível de fogo cruzado entre Prates e Silveira

Presidente da Petrobras e ministro das Minas Energia trocam farpas em declarações à imprensa por conta de produção de gás

Jean Paul Prates e Alexandre Silveira || Crédito: Edilson Rodrigues/Roque de Sá/Agência Senado

O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, vem trocando farpas com o presidente da Petrobras, o ex-senador potiguar petista Jean-Paul Prates. O pano de fundo é a exploração do gás natural, que estaria aquém do desejável para Silveira, além da reinjeção desse mesmo gás em poços de produção de petróleo da estatal.

Silveira deu entrevista ao jornal Valor Econômico há cerca de dez dias e na ocasião chamou de “negligente” a política de gás da estatal, que restringiria a oferta do produto no país. Em evento do grupo Esfera na sexta (16), ele ainda desferiu mais um dardo contra Prates, dizendo que preferia lidar com a “cara fechada” do companheiro de governo a deixar de levar a discussão sobre o gás à frente.

Uma semana depois, na quinta (22), em evento de assinatura de acordo de cooperação técnica com Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, Prates replicou elegantemente ao dizer que “precisamos pensar mais juntos, não adianta gritar no jornal”.

Mas a elegância pode estar com os dias contados. No fim de semana, Prates retuitou artigo sobre reinjeção de gás em poços de petróleo, defendendo outra vez sua posição na disputa com Silveira.

Para piorar, o portal UOL publicou nesta segunda (26) reportagem sobre o aumento cavalar do patrimônio de Silveira, que cresceu 30 vezes para cerca de R$ 79 mi. Tudo isso teria ocorrido em cerca de 17 anos.

Silveira é ministro do PSD, um dos partidos de centro que estão na base de apoio do governo Lula. Trata-se do mesmo partido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), e dos senadores Otto Alencar (BA) e Omar Aziz (AM), grandes aliados de Lula 3.

A aliança com o PSD é estratégica e sensível, especialmente por conta da força da legenda criada por Gilberto Kassab no Senado.

Em demonstração de força, o ministro esteve na delegação que viajou com Lula a Paris na quinta (22). Fez questão de reproduzir em sua conta do Twitter uma foto em que aparece com Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o presidente anfitrião, Emmanuel Macron.

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