Revista Poder

Com didatismo de professor de cursinho, Alckmin engrossa coro contra juro alto

Presidente interino diz que cada ponto "a mais" da taxa de juros custa R$ 38 bi; "Não há nada pior do ponto de vista fiscal do que uma Selic elevada", explica

Geraldo Alckmin || Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O vice-presidente, ministro do Desenvolvimento e nesta sexta (23) presidente em exercício Geraldo Alckmin juntou-se ao bloco de reclamantes contra o Banco Central e seu Comitê de Politica Econômica (Copom).

Em reunião nesta semana, como vem fazendo há meses, o Copom decidiu manter a taxa de juros anual (Selic) nos mesmos patamares estratosféricos de 13,75%. A despeito da inflação com tendência de baixa, a despeito das “expectativas” otimistas — e a despeito da grita uníssona de Lula 3 e de todo o PT.

Alckmin concedeu entrevista coletiva nesta manhã de sexta-feira e usou de sua invulgar entonação vocal e de sua invejável didática, utilizadas à larga em seus tempos de professor, para explicar o custo de cada ponto “a mais” da taxa Selic. Disse o interino:

“Esta manutenção da taxa Selic não prejudica apenas a atividade econômica na medida que inibe investimento, dificulta o comércio, prejudica a indústria, o setor do agro”, começou.

” [Ela] tem outro impacto, que é do ponto de vista fiscal. Porque quase metade da divida publica brasileira é ‘selicada’. Cada 1% da taxa Selic custa R$ 38 bilhões. Não há nada pior para a questão fiscal do que uma Selic desnecessariamente elevada.”

E fez o cálculo: “5% acima do que deveria estar, isso custa praticamente R$ 190 bi.”

“Você fica fazendo economia de 1 bilhão meio bilhão, e acaba gastando aí quase R$ 200 bi a mais em razão de ter uma taxa Selic nessa altura. O mundo tem juros negativos, a inflação está em queda (…) os juros futuros estão em queda.”

Como diria Cauby Peixoto: E agora, professssssor?

 

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