Revista Poder

Com fuso favorável, Lula dita a agenda com “esse cidadão” e desagravo a Assange

Presidente domina os noticiários da manhã desta quinta (22) com novo ataque a Roberto Campos Neto e indignação por situação do fundador do Wikileaks

Lula, Campos Neto e Julian Assange || Crédito: CC/WikiCommons/David G Silvers./Jefferson Rudy/Agência Senado/Marcos Corrêa/PR

Trocando Roma por Paris nesta quinta (22), o presidente Lula dominou os noticiários dos portais e TVs “all news” do Brasil ao discorrer em entrevista coletiva sobre diversos assuntos.

Com o fuso horário favorável, ele novamente lançou dardos na direção do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, cuja instituição manteve na quarta (21) a taxa de juros no patamar estratosférico dos 13,75%. Desta vez a grita não veio apenas de Lula, de seu ministério e dos cardeais e carolas do PT, mas também de representantes do setor produtivo — Luiza Trajano e o presidente da Fiesp, Josué Gomes, entre eles.

Aos jornalistas, Lula voltou a usar a expressão “esse cidadão” para se referir a Campos Neto, a quem atribui as decisões do Comitê de Política Econômica (Copom), que é, como o próprio nome diz, um colegiado — em tese. Campos Neto sempre rebate o presidente dizendo que não é correto “fulanizar” a decisão do comitê.

No Twitter, a equipe do presidente pegou mais leve: “Quem está brigando hoje com o Banco Central é a sociedade brasileira. Os varejistas, os pequenos e médios empreendedores, as pessoas que precisam de crédito. É irracional o que está acontecendo no Brasil. Temos 72% de brasileiros e brasileiras com dívidas, e esse é um problema da sociedade brasileira.”

Lula também criticou a imprensa por não sair em defesa de Julian Assange, fundador do site Wikileaks, que revelou as táticas de espionagem dos Estados Unidos ao longo dos anos 2000 e que pode finalmente vir a ser extraditado para os Estados Unidos e ali cumprir duríssima prisão.

“Não vejo nenhuma manifestação da imprensa em defesa da liberdade de imprensa. (…) Nem o jornal que publicou a matéria defende ele. O nome disso é covardia.”

Sair da versão mobile