Revista Poder

“Leis são necessárias, mas sociedade precisa estar organizada”, diz Érica Malunguinho

Primeira deputada estadual transsexual de São Paulo diz em debate organizado pela empresa MCI que "pessoas LGBTQIA+ ainda são apêndice"

Igor Tobias, Erica Malunguinho e Ana Carolina Mendonça || Crédito: Divulgação

É sabido que a diversidade nos cargos de liderança no setor privado brasileiro (e no público também) está muito aquém do desejável. Segundo estatística de 2018, menos de 40% dos cargos de liderança de nível gerencial são ocupados por mulheres; apenas 6,3% por pretos. Este mês de junho, que tributa as pessoas LGBTQIA+, serve para chamar atenção para esse cenário.

Por conta disso, um evento em São Paulo nesta quinta (15) “endereçou” a questão. A empresa global de marketing MCI juntou para um papo reto Erica Malunginho, primeira deputada estadual transsexual de São Paulo (elegeu-se pelo Psol em 2018) e a advogada Ana Carolina Santos Mendonça, responsável por grupo de trabalho LGBTQIA+ da OAB/SP.

Malunguinho fez um diagnóstico da “cena” e disse que é “preciso naturalizar a presença de pessoas LGBTQIA+ em espaços de socialização”. “Enquanto formos um apêndice”, disse ela, “a gente não vai conseguir ter garantida a nossa humanidade.”

Carla Mendonça explicou que a legislação ainda é escassa para  garantir “os direitos dessa parcela da sociedade”. Erica relativizou o problema dizendo que “precisamos ter leis, mas temos antes que ter uma sociedade organizada para que essas leis sejam aplicadas de fato”.

Executivo da MCI Brasil, Igor Tobias destacou os esforços da empresa em incrementar a diversidade criando um squad para discutir o tema internamente e “melhorar ainda mais a convivência em nossa empresa”. O executivo fez a mediação do evento desta quinta-feira.

 

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