Revista Poder

Maduro vem ao Brasil, e conservadorismo faz barulho nas redes

Visita oficial de presidente da Venezuela a Lula nesta segunda-feira (29) é criticada por largas seções do parlamento reacionário do país

Maduro e Lula || Crédito: Ricardo Stuckert/PR

Como era de se esperar, a visita do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a Brasília, nesta segunda (29), fez barulho nas redes sociais. As enormes seções reacionárias do parlamento brasileiro se manifestaram mais ou menos histericamente.

A deputada federal Rosângela Moro (UB-SP), mulher do ex-juiz, ex-ministro de Bolsonaro, ex-consultor a serviço da transnacional Alvarez & Marsal e atual senador da República, Rosângela Moro, escreveu:

“Vergonhoso ver o ditador Nicolás Maduro sendo recebido em solo brasileiro. Um regime opressor que tem causado sofrimento e miséria ao povo venezuelano não merece espaço em nossa nação. O Brasil deve estar ao lado da democracia e dos valores que alicerçam uma sociedade justa e livre.”

O deputado monarquista Orléans e Bragança (PL-SP) foi na mesma toada: “Ditador Nicolás Maduro, acusado pela ONU de cometer crimes contra a humanidade, desembarca em Brasília para encontro com Lula e outros presidentes. Qual o plano maior por trás da agenda?”

O deputado federal mais votado do Brasil em 2018, Nikolas Ferreira, tampouco poupou para Lula e o xará: “Na CPMI a esquerda fala em golpe e ataque à democracia, pouco tempo depois recebem o ditador acusado de narcotráfico Nicolás Maduro. Lembrando que durante a campanha o TSE proibiu associar Lula a esses tiranos.”

Mas não foi só o conservadorismo que se atiçou com a visita de Maduro. O youtuber Felipe Neto, que apoiou fervorosamente a campanha de Lula em 2022 a despeito de ter aplaudido o impeachment de Dilma Rousseff, fez uma montagem de fotos de Lula com Maduro e Bolsonaro com um líder saudita. E escreveu:

“Continuo condenando veementemente a relação de companheirismo com ditadores sanguinários.”

Numa das falas durante a recepção a Maduro, o presidente brasileiro disse: “O preconceito com a Venezuela é muito grande. Na campanha, havia muitos discursos contra a Venezuela. Diziam que o Brasil iria virar Venezuela, enquanto, na verdade, só queremos que o Brasil seja Brasil”.

A visita anterior de Maduro ao Brasil havia ocorrido em 2015, ainda no governo Dilma Rousseff. Jair Bolsonaro chegou a decretar a proibição de entrada do homólogo venezuelano no país, medida revogada nos seus últimos dias de gestão.

 

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