O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, celebrou nesta quarta-feira (24) a aprovação com sobras da nova regra fiscal, o famoso “arcabouço”, uma vitória que pode ser creditada à ação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Lira engajou-se na formatação do projeto, chamando para relatá-lo um colega muito próximo de seu partido, e esforçou-se mais ainda na formação da maioria expressiva que se viu na votação desta terça (23) – 372 votos a favor do projeto, um acréscimo em relação à votação da urgência do tema, na semana passada. Dos 108 que votaram contra na terça (23), esteve a bancada do Psol em peso, que faz parte da base de apoio de Lula 3.
Lira nada tuitou sobre a vitória, mas falou nesta quarta brevemente à Globo News, usando a expressão “protagonismo do Congresso Nacional”. E teceu loas a Haddad, que, diferentemente de outras figuras do governo, teria entendido e colaborado com o trabalho dos deputados na alteração do texto enviado pela Fazenda.
No Twitter, Haddad publicou uma entrevista que concedeu ao chegar à Esplanada:
“Nós vamos sair de uma década de baixíssimo crescimento, eu penso que nos vamos inaugurar um ciclo que pode ser muito promissor para o Brasil. O que se notou ontem [a votação] é que é possível com um bom projeto você angariar apoio expressivo dos parlamentares. Com bom senso, com dialogo, com disposição (…) tando sempre abertos a ouvir, o entendimento é possível. O Brasil precisa disso.”
A construção de um crescimento sustentável passa pelo diálogo aberto e democrático. O Brasil está saindo de uma polarização e voltando a se entender com ele mesmo. A nova regra fiscal, aprovada por quase 400 parlamentares, é uma vitória para o futuro do país. pic.twitter.com/ZpoC81BCMH
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) May 24, 2023
Lira vai ficando a cada dia mais forte, mostrando que seu apoio ao governo Lula 3 é indispensável – e incontornável. Talvez já dê até para se começar a se pensar numa adoção mais célere do semipresidencialismo – que, oficiosamente, parece já está em tela.
Uma comissão especial da Câmara Federal aprovou relatório sobre o sistema, aliás, no fim de 2022. A ideia é que um plebiscito possa chancelar o novo regime, que seria implantado a partir de 2030.
Nesta quarta-feira, os deputados federais voltam a apreciar o tema, agora para votar destaques do texto. Encerrada essa fase, o projeto segue para o Senado.