Se alguém ficou incomodado com a decisão do presidente Lula de, na segunda (6), manter seu ministro das Comunicações, Juscelino Filho (UB-MA), no governo, malgrado as diárias extraordinárias pedidas mesmo fora de serviço, as indicações problemáticas de assessores feito pelo ministro e o asfaltamento que o beneficiava no Maranhão, esta quarta (8) pode parecer uma verdadeira quarta-feira de cinzas.
A realpolitik, digamos, veio com tudo com a nomeação do ex-ministro de Michel Temer Leonardo Picciani (MDB-RJ) para a secretaria do Saneamento Ambiental do ministério das Cidades. Leonardo é filho de Jorge Picciani, deputado estadual que presidiu a Assembleia Legislativa do Rio e morreu em 2021. Em 2019, Jorge foi condenado a 27 anos de prisão por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Leonardo, que era deputado federal em 2016, quando foi alçado ao governo Temer, votou contra o impeachment de Dilma Rousseff, e isso certamente contou pontos dentro do PT. Atual presidente do diretório estadual do MDB fluminense, sua indicação para um posto técnico em área tão sensível e problemática não parece revelar-se um problema para o PT. Trata-se de cerrar fileiras para deixar o MDB bem alimentado na base de apoio de Lula 3.
Contas de Twitter claramente simpáticas ao governo não se furtaram a mostrar sua decepção com a novidade.
Essa é pra machucar o coração pic.twitter.com/BftIi9zFt5
— Medo e Delírio em Brasília (@medoedeliriobr) March 8, 2023