Bolsonaro e bolsanaristas em Aparecida jogam ainda mais religião na campanha eleitoral

A ida do presidente Jair Bolsonaro a Aparecida do Norte no feriado desta quarta (12), dia da padroeira do Brasil, e o comportamento beligerante de alguns de seus apoiadores, que ameaçaram uma equipe de televisão da região, a TV Vanguarda, retransmissora da TV Globo, tornaram-se ingrediente-mor da campanha política a pouco mais de duas semanas das eleições.

O tema não só virou trend topic do Twitter como vem pautando as homepages dos principais portais noticiosos. E, como não poderia deixar de ser, movimentou players dos dois lados do combate. Do lado de Lula, manifestaram-se o candidato a vice, Geraldo Alckmin, e um dos sujeitos responsáveis pela aproximação entre Lula e Alckmin, o ex-secretário estadual da educação Gabriel Chalita.

Escreveu Alckmin, em sua conta de Twitter: “Como católico, estou perplexo com as hostilidades promovidas em Aparecida no dia de nossa padroeira. Tenham mais respeito com os católicos. Igreja não é palanque. É lugar santo, de oração, e não de agressão.”

E Chalita: “Frequento Aparecida desde minha infância. A emoção de ver a fé viva na simplicidade das pessoas. As lágrimas, a oração, a confiança na Mãe. O que vi ontem, nunca vi. O bolsonarismo está revelando o pior do ser humano. E uma anestesia coletiva relativizando o ódio. Tristes tempos.”

Bolsonaro publicou um vídeo com o  “best of” de sua entrada na basílica de Aparecida e da missa que ouviu. Sublinhou os aplausos e o momento em que faz o sinal da cruz ao lado de seu ex-ministro da Infraestrutura e candidato ao governo de São Paulo, Tarcisão. Não fez menção, por óbvio, às escaramuças do lado de fora e aos recados do padre Camilo, que parabenizou os fiéis que foram à basílica aclamar Nossa Senhora Aparecida, “porque”, como disse, “hoje não é dia de pedir voto, hoje é dia de pedir benção”.

Waaal.