Revista Poder

Eduardo Leite faz ato de campanha para deixar tudo do jeito que já estava

Ex-governador gaúcho, que suou para passar para o segundo turno em seu estado, mantém posicionamento já conhecido de neutralidade em relação à disputa pelo Planalto

Crédito: Reprodução

A trajetória recente do ex-governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) é bastante errática. No fim de 2021, depois de perder para João Doria o posto de presidenciável do partido no reality show que ficou conhecido como “prévias do PSDB”, Leite ficou um tanto à deriva. Tendo renunciado no fim de março deste ano para poder dar novos passos políticos, acabou por relativizar sua oposição histórica, tantas vezes vocalizada, ao instituto da reeleição.

Sem uma candidatura forte para sucedê-lo no Piratini, e com o PSDB se esfacelando em todo o resto do país, ele, que jeito, assumiu a candidatura à reeleição. Pois bem, a Lusitana rodou, e quando as urnas foram abertas, Leite quase fica a ver navios: por irrisórios 2 500 votos superou o terceiro colocado, Edegar Pretto, do PT, cacifando-se na bacia das almas para enfrentar o ex-ministro de Bolsonaro Onyx Lorenzoni no segundo turno.

Tudo isso para dizer que nesta sexta (7), Leite foi protagonista de um movimentado ato de campanha que tinha por objetivo mostrar seu posicionamento em relação às candidaturas presidenciais. E como seu adversário é claramente associado a Bolsonaro, restava-lhe fechar com o Lula – ou deixar tudo do jeito como já estava.

E foi isso o que fez: deixou tudo do jeito que já estava. Aos presentes, Leite nada disse que não fosse conhecido. “Não se trata em ficar em cima do muro. Se trata em não permitir que se ergam muros para que dividam gaúchos de uns e de outros”, falou, revivendo, talvez involuntariamente, os melhores momentos de sua sigla.

“Não preciso ser medido nesta eleição pela régua estreita da polarização nacional. Tenho serviços prestados, sabem como ajo e como faço política. Meu adversário é uma dúvida, porque, onde atuou, não atuou bem.”

 

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