O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ainda não perdeu completamente a capacidade de geral algum frisson político, e, assim, ele foi servido, na manhã desta quarta (5), como um razoável “starter” para o prato principal que a coligação em torno de Lula pretende oferecer aos convivas neste dia 03 da Grande Batalha do Segundo Turno: o apoio à chapa Lula-Alckmin de Simone Tebet.
Pelo Twitter, FHC associou Lula a uma “história de luta pela democracia e inclusão social” e declarou voto em “Luiz Inácio Lula da Silva”. Lula agradeceu pelo mesmo meio, ressaltando a frase “pela democracia e inclusão social” de seu homólogo e diagnosticando que o Brasil “precisa de diálogo e de paz”.
Quanto a Simone Tebet, a senadora do MDB matogrossense que, com 4,9 milhões de votos, chegou em terceiro na eleição presidencial de domingo (2) e tornou-se o grande capital político a ser conquistado por Lula, ela apareceu nesta quarta em fotos ao lado de Geraldo Alckmin, e está a minutos de oficializar seu apoio ao líder petista.
Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro voltou a receber apoios de governadores. Um deles do mesmo MDB de Simone, Ibaneis Rocha, do Distrito Federal. Outro governador da sigla, Helder Barbalho, do Pará, reeleito com enorme vantagem sobre a concorrência, é lulista, e assim o disse. Embora Bolsonaro soubesse que jamais receberia um sinal positivo de Simone, de sua sigla tudo seria possível – mesmo o silêncio. Pode ser que ainda esteja no lucro.
Bolsonaro também pode celebrar nesta quarta-feira a adesão de Ratinho Jr., governador reeleito do Paraná. O PSD, seu partido, apoiou Lula em Minas Gerais e na Bahia, neste último estado com o senador eleito Otto Alencar integrando a chapa do candidato ao governo Jerônimo Rodrigues (PT) que por um irrisório 0,4% do universo de votos não fechava a fatura já no domingo.
É um tanto difícil exigir coerência ideológica aos partidos brasileiros.