Revista Poder

Em dia em que Bolsonaro passa rodo no Sudeste, esquerda recupera PDT e Ciro

Presidente recebe apoios formais de governadores Rodrigo Garcia e Romeu Zema e de futuro senador Sergio Moro, enquanto partido de Ciro Gomes cerra fileiras por Lula

Lula e Bolsonaro || Crédito: Reprodução/ Isac Nóbrega/PR

O dia 02 do segundo turno, esta terça (4), começou agitado. O governador mineiro Romeu Zema, agora no cargo até 2026, pagou uma visita ao presidente Jair Bolsonaro, em Brasília. Em discurso em que já apresentou de cara a conta, começando a falar sobre ajuda federal em R$ 2,8 bi para o metrô de Belo Horizonte e outros recursos para estradas federais, deixou claro seu apoio ao presidente no segundo turno.

“Sabemos que em muitas coisas convergimos, em outras não, mas é momento em que o Brasil precisa caminhar para a frente, e eu acredito muito mais na proposta do presidente Bolsonaro do que na do adversário”, disse Zema, para depois seguir a criticar enfaticamente os governos Lula nos anos 2000, que comparou a um “esportista anabolizado” que acaba sua performance com problemas de saúde.

Bolsonaro ainda pode celebrar o apoio declarado de seu ex-ministro e agora senador Sergio Moro (UB-PR) e do governador paulista Rodrigo Garcia que declarou pessoalmente apoio “incondicional” ao presidente.

Já Lula parece não ter tanto a celebrar com o apoio dado nesta mesma terça pelo PDT. O alinhamento com a sigla, aliada histórica do PT no campo da centro-esquerda, era esperado, a despeito dos ataques de Ciro Gomes ao “encantador de serpentes” durante a campanha.

No Rio de Janeiro, o presidente do PDT, Carlos Lupi, após reunião da Executiva com parlamentares e figuras notáveis do partido, anunciou a decisão “unânime” de “apoiar o mais próximo da gente” – Lula. “Que eu chamo”, seguiu Lupi, “de candidatura do 12+1”, completou, em referência aos números dos partidos – 12 do PDT e 13 do PT.

Lupi fez questão de dizer que o encontro foi gravado, que a decisão foi ratificada mais de uma vez e fez questão de enfatizar o artigo “unânime”. Disse que já pediu a líderes do PT que sejam incorporados à plataforma de Lula três tópicos do programa de Ciro – renda mínima, renegociação de dívidas de brasileiros e ensino integral. E que pedirá a adição de um quarto tópico: a edição de um código do trabalho e a revogação de “tudo que prejudique o trabalhador brasileiro”.

Em coletiva ao final do encontro, Lupi separou os finalistas do segundo turno muito claramente. Disse que “Lula é um democrata” e, “de outro lado,  [há] um aspirante a ditador, que é Jair Bolsonaro”.

“O que está em jogo são 700 mil vidas perdidas pela omissão criminosa do presidente da Republica [na pandemia da Covid]. Derrotar Bolsonaro é uma causa nacional, uma causa dos democratas.”

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Passados alguns minutos, Ciro gravou vídeo e o publicou em suas redes sociais para ratificar decisão do PDT e endossá-la. “Acompanho a decisão do meu partido. Frente às circunstâncias é a última saída.” Chamando os finalistas Lula e Bolsonaro de “opções insatisfatórias”, disse não ver a democracia em risco por conta desse “embate eleitoral”, mas lamentou o “absoluto fracasso da nossa democracia em construir um ambiente de oportunidades”.

Não citou uma única vez o nome de Lula e voltou a dizer que foi vítima de “campanha violenta” e prometeu que não irá participar de um futuro governo. “Não pleiteio e nem aceitarei qualquer cargo em eventual futuro governo. Quero estar livre (…) lutando por transformações profundas (…) Vou fiscalizar, acompanhar e denunciar qualquer desvio do governo que assumirá em janeiro”.

 

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