A campanha do ex-presidente Lula recebeu adesões muito celebradas nesta semana, como a dos ex-presidentes do STF, Joaquim Barbosa, algoz da sigla no escândalo do Mensalão, e de Celso Mello, que deixou o tribunal em 2020. Economistas historicamente ligados ao PSDB como Bresser Pereira e o cocriador do Plano Real, André Lara Resende, também declararam voto no petista.
Na seara artística, Xuxa fez a letra “L” com as mãos, gesto que simboliza o voto em Lula. Angélica aproveitou o barco para também “optar”.
Mas o encontro com empresários nesta terça (27), em jantar organizado com o grupo Esfera Brasil, do empresário João Carlos Camargo, que já fez algo similar com Jair Bolsonaro, pode ser a sinalização mais eloquente, ao menos para o setor empresarial, de que a campanha de Lula tornou-se definitivamente palatável ao, por assim dizer, capital.
Ao contrário de Bolsonaro, que implodiu completamente o instrumento de responsabilidade fiscal criado por Henrique Meirelles quando ministro da Fazenda de Michel Temer, o chamado teto de gastos, Lula vem sendo inquirido sobre o que pretende fazer com ele.
O capo do PT falou nesta terça em “teto de responsabilidade”. É uma evolução do discurso de que havia uma dívida social no país a ser quitada. Em maio, disse: “Ao invés da gente ficar discutindo responsabilidade fiscal para garantir dinheiro a banqueiro, nós temos que discutir responsabilidade social para pagar a dívida com o povo trabalhador”.
No jantar, Lula utilizou a engenhosa expressão “teto de responsabilidade”, como registrou o jornal O Globo. “É preciso que vocês saibam que sou contra o teto de gastos, mas sou o favor do teto de responsabilidade”.
No Twitter, Lula preferiu falar em reforma tributária, algo que não passou perto de sua caneta nos oito anos em que dirigiu o país.
Como o próprio Henrique Meirelles também aderiu a Lula, o medo de uma avacalhação total dos instrumentos de responsabilidade fiscal parece distante agora.