Revista Poder

Em superterça de debates, Zema bate na mesa e Neto é acossado por declaração racial

Governador mineiro Romeu Zema (Novo), que vem perdendo diferença confortável em relação a Kalil (PSD), se exalta, enquanto João Roma faz chiste com ex-aliado ACM Neto

Zema, Kalil, ACM Neto e Joao Roma || Crédito: Reprodução/TV Globo

Os debates entre os candidatos a governador dos estados do país promovidos nesta terça (27) pelas Organizações Globo foram pródigos em boas passagens. Para o “best of” dos eventos, às já conhecidas dinâmicas de oponentes se unindo para atacar um único adversário, tônica em São Paulo, por exemplo, há os deslizes e os momentos de alguma lacração.

No Sudeste, que concentra a maior parte da população brasileira, os debates do Rio e de Minas talvez tenham despertado mais interesse que o de São Paulo, em que os candidatos já se enfrentaram duas vezes. Em Minas, o governador Romeu Zema (Novo), que vinha se poupando desse tipo de contenda, deu as caras. E um tapa na sua bancada.

Criticando fala de seu principal oponente, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), Zema disse que “fazer discurso social (…) é muito fácil. Agora, com a mão no bolso, ralar, trabalhar, aí é outra história”. Depois de falar o verbo “trabalhar”, Zema deu a sonora bordoada na mesa.

Kalil replicou. “Tapa na mesa aqui não. Aqui não é a FIEM [Federação das Indústrias de Minas Gerais]. Não tá rodeado nem de puxa-saco nem de bilionário. (…) Aqui não tem lugar para tapa na mesa (…) Essa valentia toda eu queria que tivesse com minerador.”

É interessante lembrar que Zema, novato e azarão nas eleições de 2018, só granjeou popularidade justamente depois de participar de debate final para as eleições de primeiro turno naquele ano. Agora, a quatro dias das eleições, ele vê Kalil crescer nas pesquisas de opinião, crescimento que pode demandar um segundo turno para o governo mineiro, algo que parecia improvável há algumas semanas.

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A gafe do governador mineiro pode ou não alterar o quadro eleitoral em seu estado, mas certamente não foi o momento mais hilariante dos debates desta terça. Na Bahia, a rixa entre os ex-amigos João Roma (PL) e Neto (UB), com o ex-prefeito de Salvador sendo acossado por ter-se reconhecido pardo – e não branco – na sua declaração de raça, foi o ponto alto.

“Candidato Jerônimo, não exija tanto de um candidato que não sabe nem a cor da sua pele. Esses 20 anos de convivência que ele falou, nunca me disse que era negão”, disse Roma, em resposta ao candidato do PT, Jerônimo Rodrigues, que pode, conforme mostram diversos institutos de pesquisa, ficar com a vitória eleitoral que Neto já tinha como certa até outro dia.

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