Estar fora do noticiário mundial é, muitas vezes, uma dádiva para o estadista. Numa semana em que Vladimir Putin precisou retirar um dos véus que disfarça, perante seu próprio país, o horror da invasão da Ucrânia, e Joe Biden subiu o tom contra o homólogo russo, os líderes europeus ficaram um tanto de lado, imersos em suas próprias dificuldades com taxas de inflação galopantes e os problemas com a energia cada vez mais cara e escassa que vem… da Rússia.
Nesse cenário, o presidente francês, Emmanuel Macron, ficou à vontade, nesta quinta (22) para conceder entrevista para a CNN gringa e aí se dizer preocupado com a “crise das democracias liberais” que acomete o Ocidente.
E, nesses países, França e Estados Unidos incluídos, claro, a crise acomete as “classes médias”, que embarcaram no populismo que triunfou em diversas dessas democracias.
Sobrou para as redes sociais, plataforma dessas vitórias recentes. Elas têm sido vetores de fake news, disse Macron, e do que chamou de “novo relativismo”. Esses dois elementos são letais para as democracias, disse, porque “quebram completamente a relação com a verdade, a base de nossas democracias”.