Revista Poder

Lula tenta mostrar força ao encontrar ex-presidenciáveis há tempos convertidos

Evento com políticos que já disputaram eleições presidenciais tem maioria absoluta de figuras que chamariam petista de “nosso guia” sem pestanejar

Geraldo Alckmin, Fernando Haddad, Marina Silva, Guilherme Boulos, Cristovam Buarque, Luciana Genro, Lula, João Vicente Goulart e Henrique Meirelles || Créditos: Divulgação/PT/Ricardo Stucker

Em caso de um dissabor petista em outubro, consultores políticos talvez um dia sejam chamados para dar uma resposta à seguinte questão: que recado Lula quis passar ao gastar horas preciosas da reta final de sua campanha em encontro com oito “ex-presidenciáveis?”O evento aconteceu na manhã desta segunda (19).

Seria certamente uma demonstração de força não fossem os tais ex-presidenciáveis gente que usaria com Lula facilmente o qualificativo “nosso guia”, maneira como o ex-embaixador Celso Amorim chamava o capo do PT.

Estavam ali Geraldo Alckmin – vice da chapa presidencial; Fernando Haddad – discípulo dileto, primeiro poste e candidato ao governo paulista pelo PT; Geraldo Boulos – primeiro futuro Haddad; Marina Silva, ex-aliada, ex-inimiga e agora aliada de novo; Luciana Genro – esteio sulino do PT; João Goulart Filho – filho do ex-presidente derrubado pela ditadura, dissidente do trabalhismo à Ciro Gomes.

É possível estranhar, mas muito suavemente, as presenças do ex-ministro da Educação de Lula e ex-senador Cristovam Buarque, hoje no Cidadania, que nos últimos meses trocou os ataques ao PT pelos afagos; e de Henrique Meirelles (União Brasil), ex-presidente do Banco Central dos anos Lula e ex-secretário de João Doria, que, diante da derrocada ineroxável do ex-governador, voltou a se interessar por uma agenda não tão liberal.

Em tuíte, Fernando Haddad justificou o encontro como uma “celebração de diferenças”. “Estamos aqui pra celebrar justamente as nossas diferenças. Porque, no lado oposto, o que existe é o autoritarismo. E não existe democracia quando uma força política quer anular as diferenças.”

A frase é admissível, mas desde que Alckmin se juntou ao time lulista, este sim um encontro de atores políticos muito diferentes, o que veio a seguir foi mais do mesmo.

 

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