As sucessivas implosões dos planos de austeridade fiscal do governo Bolsonaro com instrumentos extravagantes como a PEC Kamikaze, projeto de emenda constitucional que aumentou em 50% o valor do Auxílio Brasil e criou outros auxílios setoriais, trouxeram à pauta dos candidatos de outubro, veja só, o tema da responsabilidade fiscal.
A senadora e presidenciável Simone Tebet (MDB-MS), por exemplo, sempre que pode (e quando não, também), faz questão de exibir suas credenciais liberais. Em sua entrevista ao Jornal Nacional na sexta (26), falou mais de uma vez que contava com a “melhor equipe de economistas liberais”. A repetição da pomposa expressão tinha tudo para virar meme, mas exige-se um tanto de popularidade nesses casos.
De qualquer forma, em nada surpreende que a candidata se orgulhe do time de sua campanha presidencial, chefiado pela economista Elena Landau, ex-diretora de privatizações do BNDES nos tempos privatistas do governo Fernando Henrique Cardoso; surpreende um tanto mais ver o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), candidato ao governo fluminense, associar responsabilidade social, pauta histórica sua, com responsabilidade fiscal. Disse o ex-psolista:
“Responsabilidade fiscal e responsabilidade social vão caminhar juntas no meu governo. Vamos cuidar das pessoas e gerir de forma responsável as contas públicas. Teremos um ambiente de credibilidade e estabilidade para atrair investimentos e gerar emprego.”
O que não faz um governo populista com um economista da escola de Chicago em seu principal ministério.
Responsabilidade fiscal e responsabilidade social vão caminhar juntas no meu governo. Vamos cuidar das pessoas e gerir de forma responsável as contas públicas. Teremos um ambiente de credibilidade e estabilidade para atrair investimentos e gerar emprego.#FreixoNoGlobo
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) August 30, 2022