A menos de uma semana de deixar seu cargo à frente do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU, a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet fez uma coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça, nesta quinta (25) em que, dentre vários assuntos, criticou Jair Bolsonaro.
“(…) Um chefe de Estado deve respeitar outros poderes, o Judiciário, o Legislativo, e não ficar vociferando ataques contra outros, porque é essencial para um presidente da República assegurar a democracia”, disse.
Bachelet ainda mencionou o assassinato do tesoureiro petista de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda e sublinhou sua preocupação com a maneira com que Bolsonaro aborda o tema das eleições de outubro e seus embates com o TSE. “Às vezes, não concordamos com decisões de outro poder. Você pode dizer que não concorda com essas decisões, mas você as respeita, e não estimula violência e ódio.”
A comissária ainda pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, que encerre o “ataque armado” na Ucrânia e também promova a desmilitarização da usina nuclear ucraniana de Zaporiyia, bombardeada algumas vezes pelas forças russas.
O bolsonarismo aparentemente está mais preocupado com outros temas – a ida de Lula ao Jornal Nacional certamente é um deles, e não vem se ocupando de Bachelet nas redes. Bolsonaro nesta quinta (25) voltou ao ramerrame de que países preocupados com o meio ambiente brasileiro “não têm autoridade” para criticar o desmatamento rampante da Amazônia sob sua gestão. Seu argumento é raso: não tem autoridade porque essas nações destruiram suas florestas.