Revista Poder

Argentina entra em transe com processo de Cristina

Promotor que pediu 12 anos de prisão para vice-presidente não usa power point tautológico, e, histrionicamente, fala em 415 mil hectares de terra de propriedade da peronista apenas na província de Santa Cruz

Cristina Kirchner || Crédito: Reprodução/YT

O pedido de prisão feito pelo Ministério Público argentino de 12 anos da vice-presidente do país, Cristina Kirchner, e sua inabilitação política perpétua, recebeu resposta da própria acusada nesta terça (23). Impedida de falar no julgamento – algo que ela poderia ter feito em 2019, mas na ocasião recusou-se a dar respostas e tretou com os promotores –, ela fez um longa live em suas redes sociais diretamente do prédio do Senado.

Cristina é acusada de, quando presidente do país, ter favorecido um empresário que se tornou operador de diversas concessões públicas – e se locupletar com isso. Já a peronista vê paralelos com a prisão de Lula, no Brasil, e diz que o processo é baseado em “lawfare”, a utilização da lei pela promotoria para perseguição política.

“Querem me condenar por 12 anos porque foram 12 anos os que governamos a Argentina com sucesso. Mas, se eu nascesse vinte vezes, faria o mesmo vinte vezes. Não posso respeitar um tribunal que está atuando com base no lawafare”.

Os doze anos a que ela se refere incluem os anos de gestão presidencial de seu ex-marido, Nestor Kirchner, a quem Cristina sucedeu.

“Nada do que os promotores disseram foi provado”, disse.

O promotor Diego Luciani, encarregado do caso, não se serviu de power points tautológicos e usou de histrionismo para dizer que Cristina, ao final de seu termo, era proprietária de 415 mil hectares de terra na província de Santa Cruz. Ele disse que isso significava uma área vinte vezes maior que a área de Buenos Aires.

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