Desde que assumiu a presidência da Câmara, em 2021, Arthur Lira (PP-AL) foi se tornando cada vez mais discreto no Twitter. Mas se silenciou na estridente redes social, imprimiu uma dinâmica bastante autoral e intensa nas votações da Câmara Federal, aprovando até mesmo projetos de emenda constitucional, que exigem o concurso de 3/5 dos 513 deputados da Casa.
Seu estilo trator, atropelando o regimento, diminuindo a duração do tempo dos discursos, reduzindo a margem de manobras da oposição e usando sem mais aquela o modelo de votação virtual, foi colocado a serviço do Executivo, que capitalizou em 2022 com aprovações-relâmpago das PECs Kamikaze e da desoneração do ICMs.
Seus êxitos se avolumaram nos últimos meses, em proporção inversa a seus tuítes. Nesta segunda (22), Arthur Lira, contudo, voltou ao Twitter. E o fez como costuma fazer, para dar pitacos na política alagoana. Provocado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), figadal oponente estadual, que viu na prisão de um prefeito alagoano um alerta para os “métodos de Arthur Lira que, cinicamente, continuou a liberar recursos para o ‘beco da propina’”, respondeu:
“O senador Renan Calheiros continua sendo uma figura nefasta na política brasileira. Ele não lembra o motivo pelo qual foi obrigado a renunciar à presidência do Senado? O que não faltam são escândalos. Querer fazer proselitismo às custas dos outros diz muito de sua personalidade.”
Em seguida, atacou Renan Filho, governador de Alagoas e filho de Calheiros, sob cujo governo ocorreria um “rosário de ilicitudes”.