Revista Poder

Com argumento de desconstrução de Tarcisão, Garcia também bate em Doria

Governador paulista ataca sem piedade rival bolsonarista nascido no Rio, no limite da xenofobia, mas tese também serve para atingir ex-parceiro do Bandeirantes João Doria

Rodrigo Garcia, Doria e Tarcisio || Crédito: Gov-SP/Alan santos/PR

O governador paulista Rodrigo Garcia (PSDB) não passa um dia sequer sem bater no rival bolsonarista Tarcisão (Rep). Ciente de que seu eleitorado de centro-direita também se inclina pelo ex-ministro da Infraestrutura inventado por Bolsonaro candidato ao governo de São Paulo, vive a repisar o velho argumento de ser paulista raiz, paulista do interior, paulista caipira amigo do agro, paulista bandeirante, paulista de saber apelido de time paulista da Terceira Divisão – enfim, tudo que seu rival, carioca, não é.

É uma coleção de disparates se se pensar na vida prática, algo no limite da xenofobia, mas que tem certa lógica eleitoral. Nesta quinta (28), a argumentação de seu tuíte, contudo, também serviria para bater em João Doria, o ex-governador a quem serviu como número 2 no palácio dos Bandeirantes desde 2019 até a renúncia tragicômica daquele no fim de março.

Disse Garcia: “Nasci, cresci e moro há 48 anos em SP. Desde 96, tô na adm pública. Comecei com Mário Covas. Trabalhei com 5 governadores diferentes e fui sec de Estado de 5 pastas. Já imaginou se, do nada, me candidatasse a governador do RJ?! Abram o olho, tem gente querendo usar SP. Aqui, não!”

Doria, como se sabe, teve muito pouca vivência na “adm pública”, fazendo questão de se apresentar como “gestor privado” na vida pública. Mas a última coisa com que Garcia deve estar a se preocupar nesta altura do campeonato é com as suscetibilidades do finado parceiro.

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