Revista Poder

Na defesa de pautas pouco defensáveis, Pacheco ataca até de podcast

Sem seus homólogos do Executivo e da Câmara dispostos a explicar vicissitudes de coisas como o orçamento secreto, sobra a Pacheco tentar capitalizar decisões do Congresso

Rodrigo Pacheco || Créditos: Jefferson Rudy/agência Senado

Não é fácil a vida do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Fiel discípulo da machadiana Teoria do Medalhão, aquela que propõe que toda posição polêmica é indesejável, ele lidera um poder que tem algumas centenas de parlamentares que se elegeram fazendo provocações em redes sociais – e que seguem se comportando da mesma maneira.

Pior, vem-se obrigando a protagonizar decisões polêmicas do Congresso, sob pena de ficar completamente à sombra de Bolsonaro e do presidente da Câmara Federal, Arthur Lira.

Com Lira alinhadíssimo ao Executivo e pouco disposto a explicar suas mágicas regimentais, sobra a Pacheco tentar defender coisas como o nada defensável – e pouquíssimo transparente – orçamento secreto, usado à farta pelos parlamentares, especialmente pelos meninos de Lira.

Talvez para dar conta de tantas viradas de mesa e problemáticas emendas constitucionais aprovadas a toque de caixa, ele vem aprimorando seus canais de comunicação com o público. Pacheco mantém inclusive um podcast no Spotify.

Não é exatamente uma “casa abandonada” em termos de audiência.

No episódio mais recente, Pacheco faz questão de relembrar sua posição sobre o preço alto dos combustíveis, vendo-o na gênese do “demônio nocivo” da inflação para a sociedade brasileira.

O diabo, ou o demônio nocivo, para usar a imagem do senador, é que a falta de segurança jurídica derivada da legislação criativa das PECs Kamikaze e a da redução do ICMs, algumas emendas constitucionais recentemente aprovadas pelo Congresso, também concorre para dar gás à inflação – o risco Brasil, por exemplo, vem colecionando recordes históricos neste ano da tentativa de reeleição de Bolsonaro.

O podcast não é exatamente novo – já está no 139º episódio, mas agora mereceu uma retrospectiva de meio do ano. Lembra muito os programas de rádio de candidatos ao Executivo.

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