Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou. O ex-presidente Lula, líder das pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de outubro, concedeu entrevista ao decano Financial Times, o mais importante jornal econômico do mundo.
Ao FT e sua audiência hipertrofiada (e certamente mais plural) de farialimers mundiais, Lula tentou se associar ao que chamou de “três palavras mágicas” – credibilidade, previsibilidade e estabilidade.
Respondendo de certa forma à indagação da reportagem, que tentava identificar o “Lula 2022” com algum de seus dois mandatos – o primeiro mais à gosto do mercado financeiro, com menos inserção do estado na economia –, o capo do PT disse que aprendeu “muito jovem com minha mãe analfabeta que não podia gastar mais do que ganhava.”
Mas a suposta austeridade tem como contraponto a lembrança de que hoje a situação econômica do país e a dos brasileiros é pior que a de 20 anos atrás, quando Lula venceu as eleições, e isso deverá exigir políticas de compensação para os mais pobres.
Sobre os esperneios constantes de Bolsonaro contra o processo eleitoral e a sempre lembrada ameaça de golpe, Lula limitou-se a dizer que “Bolsonaro é alguém que blefa”.